Constitucionalista! 80 anos da Revolução de 1932
A exposição ocorreu de 03 a 26 de julho de 2012 no Corredor de Acesso ao Plenário da Câmara dos Deputados. O texto a seguir, de José Ricardo Oriá, discorre sobre a exposição:
“A escrita da história comporta muitas interpretações. A cada comemoração de um fato ou efeméride vão sendo expostos novos pontos de vista ou reelaborações, ao sabor das demandas do presente e dos embates historiográficos.
Em 1932, o Brasil assistiu a um dos maiores conflitos armados entre os brasileiros. O Estado de São Paulo liderava esse movimento que tinha por objetivos a derrubada do governo provisório de Getúlio Vargas, o restabelecimento da autonomia dos estados e a promulgação de uma nova Constituição para o país.
Revolução de 1932, Movimento de 32, Guerra Paulista e Movimento Constitucionalista são algumas das terminologias que diferentes correntes historiográficas usam para designar os acontecimentos que ocorreram entre 9 de julho a 3 de outubro de 1932. Em algumas análises mais parciais - contrárias ou favoráveis ao evento - é possível encontrar Contra Revolução de São Paulo ou Epopeia Bandeirante. O fato é que a terminologia que se consolidou foi Revolução Constitucionalista de 1932.
A exposição CONSTITUCIONALISTA não pretende contar a “verdadeira história da Revolução de 32”. Não é essa a nossa pretensão. Queremos evidenciar a relação do tema com a história da Câmara dos Deputados. A par de ter sido uma guerra que dizimou cerca de 600 a 800 brasileiros, não se pode deixar de considerar que ela deixou importante legado para a história parlamentar brasileira. A vitória de Vargas não impediu o fortalecimento da luta pela reconstitucionalização e, em 1933, foram realizadas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, que marcou a reabertura do Poder Legislativo.
Através de imagens e documentos históricos, pretendemos mostrar aspectos até então ignorados pela história oficial, ao analisar a participação de mulheres de diversos segmentos sociais, dos negros, dos índios e das crianças que se mobilizaram em diferentes frentes pelo ideário da revolução.
Convidamos todos a percorrerem as avenidas 23 de maio e 9 de julho e constatarem que o passado da Revolução de 1932 está ainda muito presente em nosso imaginário e nos lugares de memória de São Paulo.”