Campanha Sustentabilidade na Mudança de Legislatura supera meta
Durante o período da campanha, integrantes do Programa de Voluntariado Ambiental da Câmara (Ecocamaradas) visitaram os gabinetes para conversar com os secretários parlamentares e entregar folhetos explicativos sobre os procedimentos para a correta destinação do material de expediente descartado ou o reaproveitamento do que já foi utilizado e das sobras de produtos novos. Os voluntários deram ênfase às medidas que devem ser adotadas durante a reorganização, ocupação e desocupação dos gabinetes, fornecendo dicas de como ser ambientalmente sustentável nos gabinetes parlamentares.
As visitas foram realizadas pelos Ecocamaradas em parceria com a Coordenação de Administração de Edifícios (Caedi), o Departamento de Apoio Parlamentar (Deapa) e a Coordenação de Almoxarifados (Coalm), do Departamento de Material e Patrimônio (Demap).
Repensando processos
Após as visitas, os responsáveis pelos gabinetes entraram em contato em número recorde com o Escritório Verde, do Comitê de Gestão Socioambiental da Câmara (EcoCâmara), para recolhimento do material, realizado com apoio dos funcionários da limpeza e de encarregados. A equipe do Escritório e os Ecocamaradas procederam, então, uma triagem detalhada, com contagem dos objetos doados, classificação e separação, para encaminhamento a destinos diversos.
A campanha já havia sido realizada na mudança de legislatura anterior, há quatro anos. Mas esta edição contou com preparação, mobilização, estrutura e divulgação aperfeiçoadas, o que, junto a uma maior consciência ambiental dos servidores, explica os números alcançados. Foram recolhidos objetos diversos, com destaque para livros e revistas (40.138 exemplares) e para envelopes (219.086).
A assessora técnica do EcoCâmara, Jacimara Machado, diz que os números alcançados pelo Sumuleg, no entanto, devem ser reduzidos nas próximas campanhas, pelo aprimoramento nos procedimentos de solicitação e uso de material. “O objetivo do projeto não é só recolher objetos, mas, principalmente, conscientizar as pessoas sobre desperdício, levá-las a repensar processos, usar as cotas de material com parcimônia e criar consciência ambiental”, afirmou Jacimara.
Ela ressalta, ainda, que os dados obtidos na campanha permitirão a otimização de rotinas de divulgação de informações, visando a economia de papel. “Vamos fornecer para a Casa subsídios para tornar ambientalmente correta a sua gestão de conhecimento, além de fazer com que os gabinetes tenham uma postura cada vez mais sustentável na requisição e utilização do material”, explicou.
Destinação
Depois da triagem, os objetos recolhidos receberam diferentes destinos, de acordo com sua utilidade e com o benefício socioambiental que seriam capazes de gerar. Envelopes e etiquetas novos, assim como algumas publicações, foram encaminhados ao almoxarifado da própria Câmara, para redistribuição interna. Papéis impressos de apenas um lado passaram por limpeza e separação para confecção de blocos de rascunho. Materiais recicláveis que não podiam ser reutilizados diretamente foram doados à Cortrap, cooperativa de catadores que mantém convênio com a Casa.
Livros em bom estado foram doados a servidores e visitantes, em uma iniciativa denominada “Pegue seu livro”, realizada nas dependências do Escritório Verde e em um estande montado na entrada do Auditório Nereu Ramos, no Anexo II da Casa, durante a 11ª Conferência das Cidades, evento organizado pela Comissão de Desenvolvimento Urbano.
Segundo Adsan Jacqueline, servidora lotada no Escritório Verde e responsável pelo projeto Sumuleg, a ação de distribuição de livros usados foi um grande sucesso, pois ajudou a divulgar as iniciativas socioambientais da Câmara junto a um público tomador de decisões de todo o País. “Muitos dos presentes não só pegaram seus livros, mas também pediram para visitar o Escritório Verde, a fim de conhecer melhor o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo EcoCâmara. Alguns pediram informações detalhadas, de modo a implantar projetos semelhantes nas assembleias legislativas e câmaras de vereadores de seus estados e cidades de origem”, conta Jacqueline.
Várias prefeituras, instituições de ensino e projetos sociais também receberam livros descartados, que, de outro modo, poderiam ter acabado em depósitos de lixo. Um dos beneficiados foi o projeto “Padarias Espirituais”, que há 15 anos monta bibliotecas comunitárias de acervo público no interior do Brasil.
A iniciativa, que começou na região do Cariri (CE), já conseguiu formar 15 bibliotecas e está montando mais 25 em vários estados brasileiros, além de repassar publicações doadas para outras cem bibliotecas. Eumano Rodrigues, responsável pelo projeto, agradece os mais de 2 mil livros que recebeu da Câmara e conta que todos os resultados já alcançados devem-se a doações e voluntariado, o que os torna ainda mais gratificantes. “Se deixarmos, passamos pela terra sem deixar nada”, lembra ele.
Intercâmbio e voluntariado
A servidora Jacqueline também chama a atenção para o caráter de intercâmbio e aprendizado do projeto: “Tivemos a oportunidade não só de esclarecer várias dúvidas quanto ao uso racional dos recursos à disposição do secretariado, mas também de trocar experiências e coletar sugestões de boas práticas para a Casa, pois vários parlamentares prezam pela economia de materiais e já doam livros e revistas excedentes para instituições em seus estados de origem”.
Paulo Henrique Silva, coordenador do programa de voluntariado EcoCamaradas e da área temática Educação Ambiental, do Ecocâmara, lembrou a importância do trabalho dos voluntários. “Foi uma oportunidade de todos ‘colocarmos a mão na massa’, em um projeto que surgiu em uma oficina oferecida pelo EcoCâmara aos ecocamaradas, e de mostrarmos que estamos realmente engajados nas causas ambientais”, afirmou, enquanto ajudava a desmontar publicações que não podiam ser reaproveitadas diretamente, para encaminhamento de suas partes (capa dura, espirais, papel de diferentes gramaturas, entre outras) a destinos diversos, de acordo com as possibilidades de reutilização e reciclagem.