Cerca de 4.000 litros de água vêm deixando de ser gastos mensalmente, desde a implantação do novo processo, o que representa dois terços do volume de recursos hídricos utilizados anteriormente na Coordenação. Leonildo Montu, diretor da Ctran, lembra que essa não é única vantagem da novidade: “Na lavagem tradicional, todos os produtos utilizados vão parar nos mananciais de água - no caso de Brasília, acabam no Lago Paranoá. Com a ecolavagem, isso não acontece. Além disso, ela protege a pintura e ajuda a preservar os automóveis, que fazem parte do patrimônio da Casa”.
Cerca de 60% dos veículos da Câmara são lavados atualmente pelo novo processo. Apenas os muito grandes, como ônibus e caminhões, ainda são limpos pelo método tradicional, devido ao seu tamanho, que dificulta a aplicação da ecolavagem. Os restantes, como Fusions, Corsas, vans e Blazers, recebem a lavagem ecológica, que é feita com cinco produtos diferentes, um para cada parte do automóvel. Os compostos utilizados quebram as moléculas de sujeira, permitindo que sejam removidas sem jatos d’água.

Adesão voluntária

Desde 1º de julho de 2010, a ecolavagem é obrigatória nos estacionamentos públicos do Distrito Federal, de acordo com Decreto Distrital nº 30.522/2009. Embora tal norma não abranja as instalações da Coordenação de Transportes, a Câmara resolveu aderir à novidade, usando-a em sua frota, devido ao menor impacto ambiental do processo.  Para tanto, testou os produtos durante um mês em dois dos seus automóveis, para certificar-se de que não danificariam a pintura. O resultado se revelou até melhor que o da lavagem tradicional, devido  à presença de cera de carnaúba na composição dos compostos usados, que cria uma película protetora, fazendo que os veículos se sujem menos.
Além disso, uma intensa campanha publicitária foi feita para esclarecer o público interno e os lavadores de automóveis que atuam nos estacionamentos do entorno da Casa – estes sim, objeto da nova legislação distrital – das vantagens do processo. A campanha contou com diversas peças como banners, cartazes, folhetos, placas de sinalização e papéis de parede para os computadores da Instituição. Os lavadores autônomos, que atuam nestes estacionamentos próximos à Câmara, também receberam capacitação para a aplicação da ecolavagem. Cursos e palestras foram ministrados em parceira com o Governo do Distrito Federal (GDF) e o Sindicato dos Guardadores e Lavadores de Veículos do Distrito Federal (Sindglav-DF).

Equipe aprova a novidade

O processo de lavagem ambientalmente correto tem sido bem recebido pelos profissionais que atuam no Ctran. Marcos Francisco da Silva, encarregado da área de Manutenção da Frota, conta que a possibilidade de se aplicar os produtos em qualquer lugar, que elimina a necessidade de manobrar os veículos para limpá-los, é um dos fatores positivos notados pela equipe. “Além disso, nosso local de trabalho está muito mais limpo, arrumado e os lavadores não se molham mais o que ajuda a manter a saúde desses trabalhadores”, conta Marcos. Reginaldo Mota, funcionário terceirizado que atua como lavador na Coordenação de Transportes, resume a opinião dos colegas: “O trabalho sai mais limpo, mais rápido e bem feito”.