O Diretor-Geral da Polícia Federal, Paulo Gustavo Maiurino, comunicou no último dia 12 ao presidente da Comissão de  Direitos Humanos e Minorias, deputado Carlos Veras (PT/PE), que foi dado encaminhamento à Notícia Crime referente ao atropelamento de jovem Yanomami por avião possivelmente utilizado em garimpo ilegal. 

Maiurino afirmou que os fatos que chegaram ao conhecimento da Superintendência de Polícia Federal no estado de Roraima levaram à instauração de Inquérito Policial (IPL), que foi remetido para distribuição entre as autoridades policiais. 

Segundo a denúncia, amplamente divulgada na imprensa e encaminhada à CDHM pela Deputada Joenia Wapichana (REDE/RR), Edgar Yanomami morreu após supostamente ter sido atropelado por um avião utilizado pelo garimpo ilegal, no dia 30 de julho, na Comunidade de Homoxi.

Em discurso proferido nesta segunda-feira (13) ao Conselho de Direitos Humanos na Suíça, a Alta Comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, expressou preocupação com direitos humanos no Brasil e afirmou estar alarmada com os recentes ataques contra os povos Yanomami e Munduruku por garimpeiros ilegais na Amazônia. 

No último dia 9 de setembro, a Presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos Indígenas, deputada Joenia Wapichana (REDE/RR), narrou a Michelle Bachelet o aumento da violência contra os Yanomami na região e sobre a preocupação com propostas que representam riscos aos direitos dos povos indígenas. A audiência contou com ainda com a presença do presidente da CDHM, Carlos Veras, de Dario Kopenawa, Vice-Presidente da Hutukara Associação Yanomami, Edinho Batista, Coordenador do Conselho Indígena de Roraima (CIR), e de Jan Jarab, representante Regional do ACNUDH para a América do Sul.

Atuação da Presidência da CDHM

No dia 5 de agosto, Veras demandou ao Diretor Geral da PF a adoção de providências urgentes para a apuração da morte por atropelamento do jovem Edgar Yanomami. 

O corpo do jovem teria sido levado para a comunidade Yamasipiu, a 15 quilômetros de distância, cerca de uma hora após o atropelamento. Segundo informado à imprensa pelo presidente do Conselho de Saúde Indígena Yanomami e Ye'kuanna (Condisi-YY), Júnior Hekurari Yanomami, os garimpeiros teriam tentado subornar a família da vítima para que o fato não fosse denunciado. 

Fábia Pessoa/CDHM