Terceirizados revelam seus dons artísticos na técnica da reciclagem

As oficinas de arte-educação oferecidas pelo Ecocâmara já rendem bons resultados. Desde o ano passado, em contato com a técnica de elaborar bijuterias feitas com papel de revista, os terceirizados beneficiam-se da atividade, que resulta em fonte de renda e de realização pessoal.

Valdeci Ferreira trabalha durante o dia na limpeza do subsolo do Anexo IV e, à noite, aproveita o tempo livre produzindo colares, pulseiras e brincos. As peças são ornadas com detalhes de papel-revista e miçangas coloridas, passados no fio de silicone. "O verniz aplicado em torno do papel garante uma maior resistência ao contato com a água", assegura Valdeci, que nos últimos meses não pára de receber elogios e encomendas do artefato.

Colega de curso, Pedrilson Silveira também produz bijuterias com papel reaproveitado. Depois das primeiras aulas, sua habilidade com atividades artesanais o despertou para outras vocações: a de multiplicador e a de mobilizador social. O funcionário já auxiliou o EcoCâmara na instrução de outros terceirizados e, por iniciativa própria, desenvolve trabalho comunitário com as crianças de Águas Lindas de Goiás. Dando asas à imaginação, ele ainda transforma as embalagens tetra pak (caixas longa vida para leites e sucos) em brinquedos, enfeites e caixas de presente.

Pedrilson não é o único que de aluno passou a professor. Graças às aulas dadas por Valdeci, Sebastiana Pereira incorporou a técnica da reciclagem aos seus trabalhos artesanais. Segundo ela, o total de produção e vendas ultrapassa a marca de duzentas unidades.

Apesar de todos trabalharem com o mesmo tipo de material, a criatividade dá forma a peças diferentes. Joana D’arc, por exemplo, confecciona suas bijus com acabamentos em menor tamanho e com quantidade de papel-revista superior à de miçangas. O sucesso das peças é tamanho que, com o dinheiro arrecadado, matriculou a filha em um curso pré-universitário.

Além de aprender um novo ofício, os terceirizados garantem que compreendem melhor a importância e a utilidade das matérias-primas antes consideradas sem valor. A tomada de consciência é fruto da inserção de conteúdo teórico dentro do programa das oficinas de arte-educação. E a preocupação ambiental surge a partir do contato com questões sobre a origem do papel, a importância da reciclagem e o papel social do catador levantadas em sala de aula.

O Ecocâmara desenvolve oficinas com objetos feitos de garrafas pet , retalhos de tecido, jornal e papéis usados, entre outros. O Núcleo Ambiental interessa-se em conhecer os trabalhos de reciclagem realizados pelos servidores da Casa. O contato pode ser feito pelos ramais 62171 ou 62169, pelo endereço eletrônico ecocâmara@camara.gov.br, ou pessoalmente no Escritório Verde, localizado no térreo do Anexo IV.

Saiba mais sobre as oficinas de arte-educação desenvolvidas pelo EcoCâmara clicando aqui.


Texto produzido pelo Núcleo de Gestão Ambiental - EcoCâmara em 6 de março de 2003.