Serviço de Obras é exemplo na política dos 3R’s

Boa parte dos resíduos que sobram dos processos de demolição, reforma e construção do Departamento Técnico estão sendo reutilizados em outras obras na própria Câmara. A proposta é a de reduzir o impacto ambiental e proporcionar economia de recursos. Materiais nobres são aproveitados e até mesmo o entulho é moído e transformado em bloquetes para calçamento, bancos e outros itens. Tudo é planejado de modo a combater a cultura do desperdício e gerar economia e bons exemplos. A iniciativa é tida como exemplo por diversos outros órgãos públicos.
31/05/2010 19h30

EcoCâmara

Serviço de Obras é exemplo na política dos 3R’s

Entulho passa por trituradora e se transforma em areia

Bloquetes feitos de entulho moídoO Serviço de Obras da Coordenação de Arquitetura e Engenharia do Departamento Técnico (Detec) da Câmara dos Deputados tem servido como referência para outros órgãos e instituições quanto à chamada “Política dos 3R’s – Reutilizar, Reaproveitar e Reciclar. Todos os processos de demolição, construção e reforma da Casa são, atualmente, pensados de modo a gerar o mínimo de resíduos e reduzir o impacto ambiental, combatendo a cultura do desperdício e gerando economia e bons exemplos. Assim, reaproveitam-se mármore, vidro, esquadrias metálicas, louças, pias e bancadas de inox, divisórias, ferro e restos de madeira, entre muitos outros itens.

Segundo Maurício da Matta, diretor da Coordenação de Projetos do Detec, o departamento é responsável por áreas que geram grande quantidade de resíduos, como a limpeza, as copas, os restaurantes e lanchonetes e o próprio Setor de Obras. Dessa realidade surgiu, em um primeiro momento, a coleta seletiva de lixo – que hoje, além de benefícios ambientais, gera emprego e renda para 150 famílias – , seguida do projeto de redução da incineração do lixo hospitalar pelo Departamento Médico, que hoje consegue evitar a queima de quase 90% dos resíduos hospitalares produzidos.

 Como o percentual de desperdício de qualquer obra de construção civil costuma ser de aproximadamente 17% (com tais sobras representando aproximadamente 50% dos resíduos das grandes cidades), atentou-se para a necessidade de se estabelecerem estratégias de uso e de manutenção, buscando reaproveitar as sobras de materiais retirados.

 “Na verdade tais procedimentos, que ganham intensidade a cada dia, começaram a ser adotados no final da década de 1980, quando o setor se instalou na área que atualmente ocupa, atrás do Anexo IV. Os primeiros prédios do serviço foram construídos com o material reaproveitado do galpão provisório, montado para a modernização dos elevadores, e de uma marquise metálica que havia sido substituída. De lá para cá, a prática ganhou força e começamos a receber sobras de material de outras obras, como as reformas dos apartamentos funcionais”, conta o arquiteto.

Hoje, as obras seguem um planejamento específico, visando permitir que grande parte dos resíduos, que normalmente se transformariam em entulho, volte a ser utilizado em novas construções. Para tanto, as velhas estruturas não são demolidas, mas sim desmontadas cuidadosamente. Como resultado, pode-se ver exemplos como o da 1ª Vice-Presidência, onde todas as divisórias e vidros são reproveitados. A orientação é dar preferência à aquisição de materiais facilmente removíveis e reutilizáveis, como divisórias desmontáveis, escolhas já em sintonia com a busca pela sustentabilidade.Equipamento conta com dutos para aspirar serragem, que vira   adubo

Mauro Moura, diretor da Coordenação de Engenharia e Arquitetura, lembra que os benefícios vão  muito além da economia na aquisição de material novo. Toneladas de resíduos deixam de ser descartadas e, ao  não se adquirir um determinado item que teria que ser fabricado, um enorme custo ambiental é evitado. Ele cita, ainda, outra vantagem pouco conhecida da nova mentalidade adotada na casa: “Com o reaproveitamento de materiais, temos um estoque que nos proporciona muito mais flexibilidade e agilidade nos serviços, tornando mais rápido o atendimento das demandas recebidas”.

Além disso, os projetos do setor têm sido apresentados em fóruns, palestras e simpósios – em locais como o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF), o Serviço de Apoio às Pequenas e Médias Empresas do Distrito Federal (Sebrae-DF) e a Universidade de Brasília (UnB) –, sempre sendo bem recebidos e despertando muito interesse por parte de instituições interessadas em desenvolverem iniciativas semelhantes. Com isso, continuam trazendo mais benefícios para o planeta e para a Casa: dão bons exemplos de atitudes em prol da sustentabilidade e ajudam a construir a imagem da Câmara dos Deputados como um órgão em que responsabilidade social, cidadania e respeito ao meio ambiente estão sempre na pauta de prioridades.


Saiba mais sobre os materiais reaproveitados