Quase nada vai para lixo. No Setor de Obras, quase tudo é reaproveitado ou transformado em outra coisa, geralmente tão útil quanto a original. Granitos e mármores são cortados com máquinas fabricadas a partir de sucata. Metais, louças e equipamentos de inox são muitas vezes aproveitados quase inteiros, enquanto torneiras danificadas passam por processo de ‘canibalismo’, onde peças de várias são transformadas em uma nova. Vidros e pedras são separados por tamanho e espessura. Canos de metal viram andaimes. Toda a madeira é organizada, classificada por dimensões, além de ter pregos e parafusos retirados, para também serem reutilizados. Quando é cortada, a serragem proveniente do processo é aspirada por um equipamento, próprio para tal fim, e encaminhada à Seção de Manutenção de Jardins, onde passa por processo de compostagem e vira adubo orgânico.

Além dos materiais nobres reproveitados, o entulho das obras também é reciclado: passa por um trituradora, onde se transforma em areia. Depois, vai para fôrmas desenvolvidas com sobras de material de serralheria, servindo como ingrediente para bloquetes permeáveis de pavimentação (a ampliação do estacionamento do Anexo IV está sendo feita com esse material reciclado), placas de calçada, paralelepípedos para meio-fio, grelhas de água pluvial e cinzeiros para os ‘fumódromos’.

E os cuidados não param por aí: máquinas com manutenção bem feita muitas vezes não precisam ser substituídas, de modo que o setor tem equipamentos das décadas de 1940 e 50 ainda em uso. Os galpões, refeitórios e escritórios da área, como não poderiam deixar de ser, dão o bom o exemplo e também são construídos predominantemente com materiais que, em outros lugares, teriam sido descartados. Por conta disso, embora a Câmara dos Deputados, por suas próprias dimensões, tenha quase sempre diversas obras em andamento, é raro se ver uma caçamba de resíduos nas imediações da Casa.

 
Saiba mais sobre as vantagens do reaproveitamento de materiais.