Reformas na Câmara demonstram preocupação ambiental
Salão verde
As obras para melhorar a iluminação do Salão Verde tiveram início com estudos realizados em 2009, a fim de que as reformas não prejudicassem a obras de arte, sensíveis à ação da luz a longo prazo, e que não agredissem a arquitetura tombada do local. As modificações levaram cerca de um mês para serem postas em prática e ficaram prontas em outubro, devendo ser inauguradas em novembro.
Segundo o engenheiro Mauro Moura, diretor da Coordenação de Engenharia da Câmara, todas as obras a que os edifícios do complexo arquitetônico da Casa são submetidos levam em conta a preservação de patrimônio tombado. As reformas também buscam soluções que diminuam os gastos de verbas públicas e contribuam para a sustentabilidade ambiental, uma das premissas do planejamento estratégico da Casa. Para ele, “a melhor forma de preservação é evitar o desperdício, seja de água, de energia ou de materiais, não só para que a Câmara economize recursos públicos, mas também pela importância do bom exemplo na busca de um bem maior, a sustentabilidade”.
As obras de arte que ornamentam o Salão, como o painel de Di Cavalcanti e a escultura “Anjo”, de Alfredo Ceschiatti, assim como a galeria de fotos dos ex-presidentes da Casa, ganharam iluminação a base de LEDs (diodos emissores de luz). Já o painel de azulejos de Athos Bulcão, que serve de fundo para o jardim de Burle Max, teve as lâmpadas de vários tipos substituídas por florescentes e compactas.
A substituição do carpete do Salão, já no final de sua vida útil, deve ocorrer nos próximos meses.
Histórico
As recentes modificações na iluminação são o aprimoramento das iniciadas em 2007, quando todo o Salão Verde teve sua iluminação substituída. Cada uma das lâmpadas de 250W, de vapor de mercúrio, dos 150 pontos de luz do Salão, foi trocada, na época, por duas florescentes de 65W. Com isso, ganhou-se 20% a mais de luminosidade, ao mesmo tempo em que se obteve uma economia de 50% no consumo energia elétrica. A fiação também foi toda substituída, de modo a reduzir a perda de energia por aquecimento. As luminárias, que permaneceram as mesmas em respeito à arquitetura do local, passaram por um processo de limpeza e pintura.
As lâmpadas agora instaladas não esquentam tanto quanto as outras e permitem o reacendimento automático e instantâneo, ao contrário das de vapor que, sempre que ocorria um pequena queda de energia, levavam aproximadamente 5 minutos para serem novamente acessas. Graças à economia obtida, os investimentos das primeiras modificações se pagaram em oito meses de uso, permitindo, ainda, uma melhor visualização das cores da obras de arte.
As lâmpadas dos refletores localizados no teto do Plenário da Casa também foram todas substituídas em 2008. O modelo atualmente utilizado proporciona uma economia de R$ 30 mil por ano.
Banheiros
Dois banheiros do Edifício Principal também foram reformados nos meses de julho e agosto. O objetivo principal foi dotar o prédio de banheiros adaptados às Normas Brasileiras de Acessibilidade, de modo a facilitar seu uso por pessoas portadoras de necessidades especiais. Aproveitando a oportunidade, os espaços também receberam equipamentos hidráulicos e elétricos que permitem economia de água e energia, conforme vem acontecendo em todas as reformas de instalações sanitárias da Casa.
Os banheiros receberam vasos sanitários com caixas acopladas, no lugar das antigas válvulas de descarga, em uma iniciativa capaz de gerar uma economia de aproximadamente 70% do volume de água utilizado. Torneiras com dispositivos economizadores de água, com fechamento automático por tempo, também foram instaladas.
Essas iniciativas visam “combater a cultura do desperdício”, conforme explicou o engenheiro Roberto Costa, assessor do Departamento Técnico (Detec). “Em uma Casa que recebe entre 15 mil e 25 mil pessoas por dia, entre funcionários e visitantes, o total de recursos hídricos poupados torna-se significativo, considerando-se que todos os banheiros da Câmara estão, gradualmente, passando por processo semelhante de modernização”, diz Costa, que também é coordenador da área temática Novas Tecnologias Hídricas e Energéticas do Núcleo de gestão Ambiental da Câmara dos Deputados (EcoCâmara).
A higiene foi outra preocupação nas reformas: as válvulas das caixas de descarga são agora acionadas com o pé, tornando desnecessário o uso das mãos na operação. O engenheiro Mauro Moura lembra a extrema importância da adesão do usuário às iniciativas que visam à economia. Segundo ele, a Câmara procura dotar cada parte da Casa de equipamentos modernos, submetidos a vistorias periódicas e da adequada manutenção preventiva e corretiva, para evitar e combater eventuais vazamentos. “Mas nada substitui a boa educação e a colaboração de cada indivíduo que usa as instalações”, concluiu.