Árvore do Mês – Ingá
A seção “Árvore do Mês” traz, em junho, uma espécie cujas frutas têm feito a alegria de pessoas e periquitos na Câmara dos Deputados: o ingá, de nome científico Inga laurina (SW.) Willd. Trata-se de uma árvore nativa do centro-oeste, das mais utilizadas atualmente para arborização no Distrito Federal, tanto no Plano Piloto quanto nas demais regiões administrativas, devido à sua excelente adaptação ao meio urbano e à característica de manter suas folhas durante o período da seca, oferecendo generosa sombra, somada à atração que representam seus abundantes e doces frutos de polpa branca.
Na Câmara
Os ingazeiros estão presentes na Câmara desde o ano de 2000, quando as primeiras mudas foram plantadas no espaço que fica entre o Anexo I e o II, próximo ao túnel de pedestres, local atualmente conhecido por muitos como “Estacionamento dos Ingás”. Mais tarde, em 2007, outros exemplares somaram-se a estes, durante a campanha “Plant for The Planet”, ou “Plantemos para o Planeta”, coordenada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, elevando o número para 56 exemplares.
No Bosque dos Constituintes, espaço adotado pela Câmara em 2008, encontram-se 62 indivíduos, divididos em dois blocos: um, com 33 árvores, oriundo do plantio original, feito pelos parlamentares constituintes em 1988, e o grupo restante plantado mais tarde pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). Outros tantos exemplares podem ser vistos no entorno da Torre de Transmissão da TV Câmara, no Colorado. Além disso, sementes coletadas nas árvores da Casa são usadas para gerar mudas, distribuídas em diversos eventos da Câmara.
Características
Existem cerca de 300 espécies de ingá, árvore da família das leguminosas. O tipo que compõe a paisagem da Câmara dos Deputados é uma delas: a Inga laurina (SW.) Willd, conhecida popularmente como ingá branco, ingá de quatro folhas, ingá de macaco ou ingá chichica. O nome ingá é de origem indígena e significa “embebido, empapado, ensopado”, devido ao aspecto aquoso da polpa que envolve as sementes.
A árvore alcança a altura de 15 metros. Suas folhas apresentam nectários (glândulas produtoras de néctar) que atraem formigas, protegendo as árvores de pragas. O tronco é acinzentado e recoberto por manchas brancas (lenticelas). A floração ocorre várias vezes por ano, com flores que são muito visitadas por abelhas selvagens e Apis mellfera, que produzem um ótimo mel. Produz frutos em vagem, com polpa branca, adocicada e levemente fibrosa, rica em sais minerais, que deve ser consumida ao natural. Na Câmara, costuma servir de alimento para humanos e para diversas aves, como papagaios e, de modo particularmente estridente, para o periquito-de-asa-amarela.
Sua madeira leve serve para caixotaria, lenha e carvão. Sua copa frondosa é utilizada, na América central, para proteger cafezais.
Tem ampla distribuição no país, ocorrendo desde a Amazônia até o Nordeste e daí para o Sul até o Paraná em quase todas as formações vegetais. Também ocorre nas restingas e em quase todos os demais países da América Latina.
Além de alimentar a fauna, pode melhorar a fertilidade do solo, devido à sua simbiose com algas azuis em suas raízes, capazes de disponibilizar no solo o nitrogênio que retiram do ar. É indicada para consórcio com pastagens e matas ciliares. Pode ser utilizadas na recuperação de áreas degradadas, adaptando-se bem até mesmo a áreas de aterro.
Clique aqui para ler a crônica do ecocamarada Jairo Brod “O cerco aos ingás”.
Clique aqui para ver a Ficha da Árvore do Mês - Ingá.