Árvore do Mês – Bouganville
A partir daí, começou a disseminação daquela que no Brasil também é conhecida como primavera, ceboleiro, três-marias e flor-de-papel, entre outros nomes. De fato, não se trata de uma única espécie, mas de um grupo de espécies e de indivíduos híbridos, com características misturadas por um método descoberto por um brasileiro, Emílio Bruno Germek.
O pesquisador trabalhou com as espécies por quase cinquenta anos e desenvolveu uma técnica de hibridação artificial que permitiu ao bouganville ganhar variedades de cores diferentes das originais. Atualmente existem primaveras em vários tons de vermelho, rosas, roxas, lilases, brancas e até bicolores. "A mudança de cor é feita por meio do enxerto”, conta Germek. Os experimentos do agrônomo também trouxeram melhorias para o feijão, o milho, o arroz e a soja, entre outros alimentos.
Na Câmara dos Deputados, o bouganville pode ser admirado, em várias cores, nos jardins em frente ao Anexo IV – desde a sua inauguração, em 1981, onde destacam-se os exemplares de Bouganville glabra Choisy (conhecida com primavera arbórea, pelo porte que atinge, entre 10 e 20m, com tronco entre 40 e 80cm e flores lilases). Alguns exemplares de bouganville também podem ser encontrados na Residência Oficial da Presidência da Câmara e nas quadras residenciais.
A planta guarda um segredo: aquilo que julgamos serem suas coloridas flores são, na verdade, folhas modificadas, chamadas brácteas, que servem à estratégia de chamar atenção para melhor atrair os polinizadores para suas inflorescências verdadeiras – brancas, bastante diminutas e sempre em grupos de três, que são encontradas entre as “falsas”.
Natural da Mata Atlântica, o bouganville adora sol, calor e tolera bem mudanças bruscas de temperatura e o tempo seco, o que faz com que se adapte bem ao clima do Cerrado. Pode ser plantada a partir de mudas, estacas ou sementes.