Série Brasileira

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O PERÍODO 1946 - 1964

          “Populista”. Assim é como ficou conhecido o período da política brasileira que se estendeu de 1946 a 1964, abrangendo os governos do General Dutra, Getúlio Vargas, João Café Filho, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart.
          O populismo brasileiro significou o desmantelamento das velhas estruturas políticas oligárquicas em que o poder central era comandado pela aristocracia rural. São suas características: dominação e sustentação política do governante com base numa relação direta, carismática e personalista com as classes sociais de baixo poder aquisitivo e classe média urbana, angariando simpatias e conquistando votos e legitimidade para governar; políticas trabalhistas com amplo benefício aos trabalhadores; sindicatos com atuação limitada e submetidos à tutela do Estado; políticas econômicas voltadas para o incentivo da industrialização, substituição das importações e nacionalização de setores estratégicos como o petróleo. Ideologicamente, representava a garantia contra o perigo do comunismo.
          Destacou-se no período populista a Constituinte de 1946, em que os novos rumos políticos consubstanciaram-se em um projeto liberal-democrático que refletia as forças dominantes no Congresso. A Constituição de 1946 restaurou o princípio federativo, ampliou o direito de voto feminino e estabeleceu regras de representatividade que beneficiavam os Estados de menor população como forma de manter o equilíbrio federativo. 
          Leia os discursos do período.

                                                     OS GOVERNOS MILITARES 1964 – 1985  

          O Regime Militar foi conseqüência da crise política que contrapôs, de um lado, organizações populares, estudantis e trabalhistas apoiadas pelo então Presidente João Goulart e desejosas de reformas radicais e, de outro, grupos e segmentos conservadores formados por empresários, proprietários rurais, classe média urbana, os Partidos Políticos UDN e PSD, que temiam o comunismo e tinham como bandeira política o combate à corrupção. Liderando os setores conservadores, os militares tomaram o poder em 31 de março de 1964 e nove dias depois baixavam o Ato Institucional nº 1, buscando com o mesmo dar um arcabouço legal ao que chamaram de "revolução vitoriosa".
          O regime ditatorial que então se instalou caracterizou-se pela restrição das liberdades democráticas, repressão aos opositores e censura aos meios de comunicação. Manteve-se, entretanto, a periodicidade e, mesmo que indireta, mínima legitimação democrática dos mandatos políticos.
          Foram presidentes militares os Generais Castelo Branco, Costa e Silva, Emílio Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e João Figueiredo.
         O caminho em direção à redemocratização iniciou-se no Governo do Presidente Ernesto Geisel com a "abertura gradual", a qual foi timidamente concluída pelo Presidente João Figueiredo, não correspondendo plenamente às expectativas de uma abertura geral, com eleições amplas e diretas. 
         Leia os discursos do período.


                                                  O PERÍODO DEMOCRÁTICO A PARTIR DE 1985

          O atual período democrático, o mais longo da história nacional, teve início com a eleição indireta de Tancredo Neves para Presidente da República, que, no entanto, morreu antes de assumir o cargo. Em seu lugar, em 15 de março de 1985, tomou posse José Sarney, a quem coube conduzir o País no momento decisivo rumo à redemocratização, o que implicava a elaboração de uma nova Constituição em bases democráticas e pluralistas.
         Com efeito, os representantes Constituintes não só foram eleitos democraticamente, como traziam a marca do pluralismo ideológico e partidário. Não bastasse isso, grupos de pressão os mais diversos (profissionais, culturais, religiosos, étnicos, econômicos, sindicais) exerceram influência direta sobre a elaboração da Carta linha por linha, a qual, promulgada em 5 de outubro de 1988, ficou conhecida como "Constituição Cidadã". 
         Fernando Collor de Mello foi o primeiro Presidente a ser eleito pelo voto direto após o Regime Militar. Ao renunciar ao cargo em 1992 em razão de um processo de impeachment, foi sucedido pelo seu vice Itamar Franco. Na seqüência vieram os Presidentes Fernando Henrique Cardoso, que exerceu o cargo por duas vezes consecutivas, e Luiz Inácio Lula da Silva, este já em seu segundo mandato. Após 22 anos do início da redemocratização, a democracia brasileira vem a cada dia se robustecendo e consolidando, sem dar passos para trás. 
        Leia os discursos do período.