Seminário debate iniciativas para coibir violência contra mulheres em Israel e Brasil
No dia 25 de novembro, das 9 às 12h30, no Plenário do Senado Federal, será realizado o Seminário "Inovações e Iniciativas pela Eliminação da Violência contra as Mulheres". A procuradora especial da Mulher, senadora Leila Barros, fará a abertura do evento, que trará para o debate experiências exitosas realizadas no Brasil e em Israel. A atividade acontece no Dia Internacional de Não Violência contra as Mulheres, data que marca, internacionalmente, o início da Campanha dos 16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência contra as mulheres. No Brasil esta campanha tem cinco dias a mais e corresponde a 21 dias, pois começa em 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra.
Em 1999, a Organização das Nações Unidas (ONU) estipulou a data de 25 de novembro para estimular a reflexão sobre as situações de violência que as mulheres enfrentam. Num dia como esse, no ano de 1960, três irmãs – Pátria, Minerva e Maria Teresa, conhecidas como “Las Mariposas” – que faziam oposição ao ditador Leônidas Trujillo, da República Dominicana, foram brutalmente assassinadas.
O evento programado pelo Senado será constituído de dois momentos. A abertura solene será das as 9 às 10 horas, com falas da procuradora especial da Mulher do Senado, senadora Leila Barros; do embaixador de Israel, Daniel Zohar Zonshine; da líder da Bancada Feminina do Senado, senadora Eliziane Gama; da procuradora da Mulher da Câmara dos Deputados, deputada Tereza Nelma (PSD-AL) e da diretora-geral do Senado, Ilana Trombka.
Entre 10h e 12h30, será realizada a parte técnica do evento, que contará com a participação de: Lili Ben Ami, ativista israelense cujo nome está à frente de várias iniciativas contra a violência de gênero em Israel; Maria Terezinha Nunes, coordenadora da Rede de Equidade; Maria Teresa Prado, coordenadora do Observatório da Mulher contra a Violência (OMV); Ana Claudia Oliveira, coordenadora-geral de Pesquisa do Observatório Nacional da Mulher na Política (ONMP) da Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados; Ana Claudia Pereira, representante da ONU Mulheres; e Jussara Pellicano Botelho, CEO da startup brasileira Sisterware – comunidade da mulher que viaja. Também foi convidada a participar uma representante da Ouvidoria da Mulher do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A participação de Lili Ben Ami nasceu de conversas entre a Procuradoria Especial da Mulher, a liderança da bancada feminina e a Embaixada de Israel. Ela é fundadora do “Michal Sala Forum”, associação que fundou para prevenir a violência contra as mulheres e que leva o nome de sua própria irmã, vítima de feminicídio.
Hoje o nome de Lili Ben Ami está ligado a uma série de iniciativas que visam promover a segurança das mulheres em seus lares, que vão desde o treinamento de cães para acompanhar as mulheres até o desenvolvimento de tecnologias de segurança inteligentes, passando por campanhas contra a violência e iniciativas legislativas para negar a tutela de crianças ao pai condenado por matar ou tentar matar a cônjuge.
A senadora Leila Barros, procuradora Especial da Mulher do Senado, destaca a importância do evento: “Em Israel, no Brasil e no mundo, infelizmente, o feminicídio tem abreviado covardemente a vida de muitas mulheres, chegando a escandalizar pelas formas mais bárbaras com as quais foram mortas e pelos motivos mais fúteis e absurdos que são usados pelos homens para 'justificar' esses feminicídios. Neste seminário, acho que tanto as pessoas de Israel quanto as do Brasil vão aprender muito sobre o que é possível e necessário fazer para mudar essa realidade terrível dos feminicídios”.
A deputada Tereza Nelma lembra que em junho de 2021, pesquisa encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) apontou que uma em cada quatro mulheres no Brasil com idade acima de 16 anos declarou ter sofrido algum tipo de violência no último ano durante a pandemia de Covid-19: "Cerca de 17 milhões de mulheres - 24,4% - sofreram algum tipo de violência - física, psicológica ou sexual - no último ano. É preciso unir esforços de toda a sociedade para enfrentar esta triste realidade ainda existente no Brasil. O mesmo levantamento mostrou que 73,5% dos entrevistados disseram acreditar que a violência contra as mulheres aumentou no último ano e 51,5% relataram ter visto alguma situação de violência contra a mulher nos últimos 12 meses. A pesquisa mostrou, também, que as vítimas de violência doméstica estão entre as que mais perderam renda e emprego durante a pandemia. Precisamos discutir formas de recuperar a dignidade das mulheres que sofreram violência, ajudar a resgatar sua autoestima e favorecer sua empregabilidade", disse a procuradora da Mulher da Câmara.
Ao final do seminário, o grupo musical feminino Segura Elas fará apresentação musical com flauta, cavaco e pandeiro. O evento é aberto à participação de todos os interessados e interessadas, que apenas precisam chegar antes para se identificar na entrada do Plenário do Senado Federal.
Confira a programação completa da campanha "21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres"
Fonte: Ascom - Procuradoria Especial da Mulher no Senado Federal