Prorrogada visitação à exposição sobre os 90 anos do voto feminino no Brasil

Público poderá conhecer a exposição no Corredor Tereza Benguela, da Câmara, até 10 de novembro
25/10/2022 11h55

Prorrogada visitação à exposição sobre os  90 anos do voto feminino no Brasil

Fotos: Elaine Menke / Câmara dos Deputados. Ilustrações Mariamma Fonseca)

Foi prorrogado até 10 de novembro o prazo de visitação à exposição sobre os “90 anos do Voto Feminino no Brasil”, instalada no Corredor Tereza de Benguela, na Câmara dos Deputados, promovida pela Secretaria da Mulher e Centro Cultural da Câmara, com apoio do Instituto Avon. A exposição tem curadoria de Angélica Kalil e Ana Prestes, com ilustração de Mariamma (Amma) Fonseca e marca, além das nove décadas do voto feminino, também datas comemoradas em outubro, como o Dia da Promulgação da Constituição Brasileira e o centenário da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF), iniciativa de Bertha Lutz - primeira mulher a se candidatar a uma vaga para a Câmara Federal, em 1934. A FBPF foi uma organização que lutou para que as mulheres pudessem votar e serem votadas no Brasil, e cuja consolidação do voto viria a acontecer dez anos depois de sua criação. 

O direito ao voto feminino passou a constar do Código Eleitoral brasileiro de 1932, ainda que voluntário. Dois anos depois, em 1934, a Constituição tornou essa possibilidade concreta: o voto feminino é mantido como voluntário e coloca como obrigatórios o alistamento e o voto femininos para mulheres que exercessem atividade remunerada. A primeira deputada federal eleita foi Carlota Pereira de Queirós, por São Paulo, em 1933. Junto com Almerinda Gama, ela participou dos trabalhos na Assembleia Nacional Constituinte que redigiu a Constituição de 1934 e foi, em 1934, a primeira mulher eleita deputada federal pelo Estado de São Paulo.

Na exposição, são retratadas personagens históricas da luta pela conquista ao voto feminino no País e também são apresentadas as precursoras do movimento pelo voto feminino em diversas partes do mundo, “um retrato e uma homenagem àquelas que tanto dedicaram suas vidas à causa da participação da mulher na política brasileira e mundial”, afirmam as curadoras.

No Brasil, são retratadas Nísia Floresta (1810-1885), Leolinda de Figueiredo Daltro (1859-1935), Maria Lacerda de Moura (1887-1945), Bertha Lutz (1894-1976), Carlota Pereira Queirós (1892-1982), Almerinda Farias Gama (1899-1999), Antonieta de Barros (1901-1952), Nathercia da Cunha da Silveira (1905-1993), Elvira Komel (1906-1932), Mietta Santiago (1903-1995), Celina Guimarães (1890-1972) e Alzira Soriano (1905-1993).

Em âmbito mundial, são relembradas Olympe de Gouges (França, 1748-1793), Mary Wollstonecraft (Reino Unido, 1759-1797), Sojourner Truth (EUA, 1797-1883), Flora Tristan (França, 1803-1844) e Harriet Taylor Mill (Reino Unido, 1807-1858). Durante a exposição, também é possível conferir uma retrospectiva da evolução dos direitos políticos das mulheres no ordenamento jurídico brasileiro nas Constituições e Códigos Eleitorais de 1824 até os dias atuais, além de algumas normas sobre os direitos das mulheres que só se converteram em lei devido à luta das bancadas femininas e ao aumento da presença de mulheres na política, que tem possibilitado que as demandas dessa parcela da população cheguem com cada vez mais força aos centros decisórios do poder.

Ainda nas ilustrações e registros são homenageadas, também, as primeiras mulheres a ocuparem cargos políticos, começando pelo registro da primeira mulher a ter um cargo político no País – a regente temporária que influenciou na Proclamação de Independência do Brasil, Imperatriz Maria Leopoldina (1822) –, passando pelas primeiras senadora, vereadora, prefeita, deputada federal, governadora e Presidente da República eleitas.

Sobre as curadoras

 

Angélica Kalil é formada em Jornalismo pela PUC/RS, com pós-graduação em Jornalismo Impresso pelo jornal O Estado de S. Paulo e Fundação Cásper Líbero; e em Roteiro de Cinema e Televisão pela Universidade Autônoma de Barcelona, Espanha. Foi vencedora do Prêmio Jabuti de melhor livro de 2021 na categoria juvenil, com “Amigas que se encontraram na história” (Editora Seguinte), que contou com ilustração de Mariamma Fonseca.

Mariamma Fonseca é ilustradora, formada em Jornalismo e Artes Visuais e pós-graduada em Livro Ilustrado para a Infância. Idealizou o site Lady’s Comics (2010), sobre mulheres e quadrinhos. Em 2022 recebeu o selo FNLIJ de altamente recomendável com o livro ilustrado "Será?" (Editora Milcaramiolas) e foi curadora do Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte (FIQ).

A parceira entre Angélica Kalil e Mariamma Fonseca no livro "Amigas que se encontraram na história" (Editora Seguinte) também rendeu outra obra, a história em quadrinhos "Bertha Lutz e a Carta da ONU" (Editora Veneta). O segundo volume de ”Amigas que se encontraram na história” já está em fase de produção e será lançado neste semestre.

Ana Maria Prestes Rabelo é socióloga, mestre e doutora em Ciência Política pela UFMG (2011), pós-doutoranda no Instituto de Estudos Brasileiros da USP (IEB - 2020-2022), doutoranda em História pela UnB (em curso) e pesquisadora da História do Ingresso da Mulher Brasileira na Política. Professora voluntária do Decanato de Extensão da UnB, é autora e organizadora da obra “100 Anos da Luta das Mulheres pelo Voto – Argentina, Brasil e Uruguai”, pelo Instituto E Se Fosse Você? (2022); e coautora do livro “Minha Valente Avó”, pela Editora Quase Oito (2020). Também é autora do livro “Mirela e o Dia Internacional da Mulher” (Lacre, 2016) e de artigos sobre o ingresso da mulher brasileira na política em periódicos acadêmicos e mídia digital. Foi professora da área de Participação da Mulher na Política no Programa Estágio Visita do Cefor/Câmara dos Deputados entre 2016 e 2019; e tutora do Programa Missão Pedagógica do Parlamento do Cefor/Câmara entre 2016 e 2021.

 

 

 

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Ascom - Secretaria da Mulher

Atualizado em 07/11/2022