Debate aborda saúde da mulher e desafios do tratamento do câncer de mama pós-pandemia
Como parte da programação da campanha Outubro Rosa 2022, e em alusão ao Dia Internacional de Combate ao Câncer de Mama, comemorado em 19 de outubro, a Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, por meio da Coordenação da Bancada Feminina e da Procuradoria da Mulher, e o Senado Federal, por meio da Liderança da Bancada Feminina e da Procuradoria Especial da Mulher, promovem nesta terça-feira (18/10), às 15 horas, debate sobre o tema "A saúde da mulher e o câncer de mama pós-pandemia". A atividade será realizada no Plenário 8 da Ala das Comissões na Câmara dos Deputados, em Brasília, com transmissão online pela TV Câmara. Na ocasião, será apresentada uma cartilha sobre a "Saúde da Mulher".
Impacto da pandemia – A pandemia de Covid-19 e o respectivo isolamento social agravaram a situação de pacientes com câncer e prejudicaram a realização de exames para detecção precoce da doença. Em 2017, foram 372 mil mamografias realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Já em 2021, o número foi de pouco mais de 338 mil, uma queda de 9%. Segundo informado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), na rede privada, em 2017, foram realizadas mais de 5 milhões de mamografias, mas, em 2021, este número caiu para 4,5 milhões, o que mostra o impacto da crise de saúde pública provocada pela pandemia na realização do exame que ajuda a identificar a doença em mulheres.
Participam do debate a coordenadora de Advocacy do Instituto Oncoguia, Helena Esteves; Dr. Ricardo Caponero, presidente do Comitê Científico da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA); Luciana Landeiro, da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC); Joana Jeker dos Anjos, fundadora e presidente da Recomeçar - Associação de Mulheres Mastectomizadas de Brasília; e um representante do Ministério da Saúde. A deputada federal Vivi Reis (PSOL-PA), 2ª procuradora-adjunta da Mulher, será a mediadora do debate.
Estatísticas – As atividades da campanha Outubro Rosa 2022 são promovidas anualmente, com o objetivo de conscientizar e alertar as mulheres e toda a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e outros tipos da doença que atingem as mulheres, aumentando as chances de cura e reduzindo a mortalidade. As ações da Câmara e Senado contam com apoio do Instituto Avon e de instituições parceiras, tais como Instituto Oncoguia, FEMAMA, SBOC e Recomeçar.
Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, excluídos os câncer relacionados a tumores de pele não melanoma, o câncer de mama é o mais incidente em mulheres de todas as regiões, com taxas mais altas nas regiões Sul e Sudeste. Já em relação aos óbitos, se constitui na primeira causa de morte por câncer na população feminina em todas as regiões do Brasil, exceto na região Norte, onde o câncer do colo do útero ocupa essa posição. Para este ano de 2022, foram estimados 66.280 casos novos de câncer de mama, o que representa uma taxa ajustada de incidência de 43,74 casos por 100 mil mulheres. A taxa de mortalidade, ajustada pela população mundial, foi 11,84 óbitos/100.000 mulheres, em 2020, com as maiores taxas nas regiões Sudeste e Sul, com 12,64 e 12,79 óbitos por 100 mil mulheres, respectivamente (INCA, 2022).
Navegação de pacientes – No mês de setembro, foi sancionada a Lei 14.450/2022 que teve origem no PL 4171/2021, de autoria da deputada Tereza Nelma (PSD/AL) e relatoria da deputada Carmem Zanotto (Cidadania/SC). A norma dispõe sobre o Programa Nacional de Navegação de Paciente para pessoas com neoplasia maligna de mama. Assim, a lei cria um programa de acompanhamento de pacientes com câncer de mama, para prestar orientação e tornar mais ágeis o diagnóstico e o tratamento, no âmbito do SUS, integrado à Política Nacional de Atenção Oncológica.
Artigo científico brasileiro publicado na revista Public Health in Practice, em setembro, aponta que as campanhas do Outubro Rosa aumentam as ações preventivas de combate ao câncer de mama: o volume de busca por mamografia amplia em 39% no período da campanha e nos meses imediatamente seguintes, segundo a publicação.
17/10/2022 - Ascom - Secretaria da Mulher