Ato da Mesa estabelece cota de cargos terceirizados na Câmara para mulheres vítimas de violência doméstica

Ato publicado pelo presidente Arthur Lira atendeu sugestão da Secretaria da Mulher, enviada em 2019 pela então procuradora adjunta Marília Arraes, com apoio da bancada feminina
14/06/2022 15h10

Foi publicado no Diário da Câmara dos Deputados desta terça-feira (14/06) ato da Mesa Diretora que estabelece que as empresas contratadas pela Casa para a prestação de serviços continuados deverão reservar 2% dos postos de trabalho para mulheres em situação de vulnerabilidade econômica decorrente de violência doméstica e familiar.

A proposta foi apresentada em 2019 pela então procuradora adjunta da Mulher, deputada Marília Arraes (Solidariedade-PE) que, depois que assumiu a 2ª Secretaria, deu continuidade no ano passado às articulações para que a medida fosse implementada. Na semana passada, a atual procuradora da Mulher, deputada Tereza Nelma (PDS-AL), e a coordenadora da bancada feminina, deputada Celina Leão (PP-DF), reforçaram a importância da iniciativa junto ao presidente Arthur Lira (PP-AL).

Conforme o Ato da Mesa 239/2022, as candidatas às vagas deverão atender às qualificações técnica e profissional exigidas no edital de licitação. O quantitativo mínimo já será aplicado aos contratos atuais, a partir das vacâncias ou da abertura de novas vagas.

O objetivo da medida é promover a inserção dessas mulheres no mercado de trabalho, de forma a possibilitá-las alcançar autonomia e independência financeira necessárias à ruptura do ciclo de violência.

O documento enfatiza que a nova norma interna da Câmara está em sintonia com o regramento constitucional, com base na Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), que assegura às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. "Cabe ao Estado, portanto, desenvolver mecanismos sociais e econômicos que garantam a dignidade e os direitos humanos das mulheres, possibilitando-lhes alcançar na sociedade as condições estruturais necessárias para que a discriminação, a violência e a opressão não façam parte de suas vidas", diz o documento. 

 

 

Ascom - Secretaria da Mulher