Ainda desconhecido de muitos servidores da Câmara, o Viveiro de Plantas administrado pela Seção de Manutenção de Jardins da Coordenação de Projetos do Detec acaba de passar por nova reestruturação. Além de contar com melhorias nos processos de manutenção e conservação dos recursos ambientais, o espaço expandiu o uso de recicláveis em suas rotinas de trabalho. Alinhada à política dos 3 R's (Reciclar, Reutilizar, Reduzir), a administração do Viveiro utiliza, desde agosto, os sacos de café descartados pelas várias copas da Casa no plantio de sementes e mudas. Em apenas um mês, 850 embalagens descartáveis que teriam o lixo como destino foram encaminhadas ao espaço.

Além das embalagens de café, muitos outros objetos são reaproveitados no Viveiro da Câmara. Os trilhos de alumínio descartados de cortinas e persianas são reutilizados como suporte para o abrigo das plantas. Garrafas PET, baldes velhos e latas de tinta e mantimentos são usados como recipientes onde as mudas se desenvolvem. Canos de PVC são revestidos com fibra de coco e servem de apoio para as trepadeiras. O isopor, moído, substitui a areia que seria retirada dos rios.

Buscando outras melhorias

Outras melhorias estão sendo feitas com o objetivo de ampliar a conservação do meio ambiente. Para evitar uma superexposição à luz solar, foram criados sombreiros cujo suporte também é feito dos trilhos de cortinas, com cobertura composta por palha de coqueiro. O abrigo dos jardineiros ganhou um “teto verde” para refrescar o ambiente: fios de telefones e tiras de persianas são usados para amarrar as plantas e placas antigas das portas viram etiquetas na marcação das espécies. O solo foi coberto por serragem para conservar a água e diminuir o calor da terra.

A servidora Rachel Osório, coordenadora das Áreas Verdes e chefe da Seção de Manutenção de Jardins, afirma que o sucesso de todo o processo de reutilização de materiais é resultado da participação voluntária de outros setores da Casa. Ela cita, como exemplo de engajamento, a Seção de Obras do Detec e os serviços de copa, limpeza e restaurantes, entre outros. “Quanto maior a conscientização e a colaboração dos servidores em programas como esse, maior é o benefício ao meio ambiente e menor o custo para a administração.”

Sobre o viveiro

Localizado no Complexo Avançado, próximo ao Cefor, o Viveiro da Câmara existe há dez anos. Começou pequeno e hoje ocupa uma área de 829 metros quadrados. O espaço é dividido ordenadamente, de maneira que as espécies fiquem separadas umas das outras: algumas plantas ocupam áreas reservadas à produção da horta e outras estão nos espaços destinados aos arbustos, árvores, coqueiros, palmeiras e cactos. O responsável por todas as plantas é “Seu” Francisco. Considerado o “avô das plantinhas”, o jardineiro é chamado carinhosamente por todos de "dedo verde", devido à habilidade no manuseio das espécies.

Atualmente, o Viveiro produz centenas de mudas a partir da coleta de sementes variadas – algumas nativas do Cerrado e outras exóticas, recolhidas das próprias espécies plantadas na Câmara ou adquiridas por meio de doações. Também são reaproveitadas as plantas dos vasos ornamentais já decadentes e sobras de podas e replantios. Grande parte da produção das mudas é destinada aos 140.000 m² de áreas verdes e jardins sob responsabilidade da Câmara. As mudas excedentes são distribuídas para o público durante campanhas, como as que ocorreram em junho e setembro deste ano, quando os servidores receberam 1.385 plantas, por meio de uma “compra” simbólica na Intranet.

Sem defensivos químicos

Na manutenção do viveiro, dos jardins e gramados não é utilizada qualquer forma de defensivo químico. Os defensivos naturais são feitos à base de ingredientes como folhas e caules de tomateiros, arruda e pimenta. O substrato (terra + composto) é produzido a partir da reciclagem das sobras de manejo dos próprios jardins, como o material originado das ações de manutenção e limpeza do Parque Multiuso Bosque dos Constituintes, adotado pela Câmara dos Deputados em novembro do ano passado.