Seminário debate alternativas para a sustentabilidade

A Câmara dos Deputados recebeu, no dia 9 de junho, o Seminário Sustentar XXI. O evento foi uma iniciativa da Comissão de Meio ambiente e Desenvolvimento Sustentável e fez parte da programação da Casa em comemoração ao Dia Mundial do Meio ambiente (5 de junho). O potencial do País para a utilização de fontes de energia sustentáveis foi destaque no seminário, que trouxe também novidades relativas à neutralização das emissões de carbono do Congresso Nacional.
14/06/2011 16h40

O evento contou com o debates sobre políticas públicas para a adoção de fontes renováveis de energia e de outras boas práticas ambientais, discussão das ameaças à biodiversidade brasileira e de alternativas para a sua preservação, além da apresentação de políticas públicas e privadas para o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono.
O presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rosseto, foi um dos expositores do encontro e disse que o Brasil, comSustentar XXI quase metade da matriz energética composta por fontes renováveis, tem potencial para ampliar a produção de energia limpa e tornar-se uma potência energética mundial: “O País está em uma posição estratégica excepcional, tem terra, água, sol, capacidade de trabalho, tecnologia e vontade de colocar esses recursos a serviço da sociedade”, ressaltou.
Segundo Rosseto, neste momento a Petrobras produz etanol e biodiesel em 14 usinas, uma delas em Moçambique, na África. Nos próximos dois anos, a empresa planeja iniciar a comercialização do biocombustível para avião. “No momento, já sabemos fazer o produto em laboratório e em planta-piloto, só não temos ainda competitividade econômica”, disse.
O executivo da Petrobras disse ainda que o Brasil pode praticamente dobrar sua capacidade de produção de etanol sem necessidade de utilizar novas terras. Segundo ele, hoje a produtividade brasileira é de 7 mil a 7,5 mil litros por hectare de cana, mas pode chegar a 12 mil litros somente com a utilização de novas tecnologias. “É possível aumentar a produção a partir do uso do bagaço da cana, com o açúcar das fibras de celulose”, explicou.


Energia eólica

Outra fonte promissora de geração elétrica ainda pouco explorada no Brasil é a eólica. De acordo com o diretor-presidente da Suzlon Energia Eólica do Brasil, Arthur Lavieri, essa fonte, além de abundante, é economicamente viável. Segundo disse, no último leilão realizado pelo governo para compra de energia, a eólica foi a segunda mais barata. “Perde só para as megausinas hidrelétricas”, garantiu. Nessa comparação, fica 15% mais cara.
Lavieri explicou ainda que o potencial brasileiro de geração de energia a partir dos ventos é de 350 mil megawatts. Atualmente, todo o parque gerador instalado no País produz 113 mil megawatts. “O Brasil poderá ser uma megapotência em energia renovável”, assegurou.

Parlamento Zero
O presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, deputado Giovani Cherini (PDT-RS), lançou, durante o seminário, o programa Parlamento Zero, que prevê o plantio de 22 mil mudas de árvores em vários locais do País, o que, segundo estudos técnicos, neutralizará a emissão de gases causadores de efeito estufa emitidos pela Câmara e pelo Senado.
Cherini anunciou uma possível parceria com a empresa Itaipu Binacional para custear o programa. Segundo o deputado, inicialmente a ação envolverá somente a Câmara, mas ele afirma estar negociando para que o Senado integre o projeto.
“Tenho a convicção de que devemos começar a dar o exemplo. Acredito que começamos a ficar quites com a sociedade”, disse o deputado.