Exemplo no tratamento de lixo hospitalar

Câmara vai relatar experiência bem sucedida em audiência pública sobre a crise na destinação de resíduos tóxicos em Brasília

A experiência da Câmara dos Deputados na área de lixo hospitalar será mostrada nesta sexta-feira (7) em uma audiência pública promovida pelo Ministério Público do Distrito Federal, às 15h, no auditório da sede do órgão, na Praça do Buriti.

Por meio de treinamento dos servidores, apenas 24% do lixo do Departamento Médico (Demed) da Casa vai para o incinerador. Os demais 76% são encaminhados para outras formas de reciclagem. Esse destino dado aos resíduos elimina riscos ambientais provocados pela queima de produtos químicos.

"Com a seleção, o lixo que não é hospitalar, que não tem características e riscos biológicos, ou é enviado para o Lixão da Estrutural como lixo doméstico normal ou é encaminhado para reciclagem por meio do convênio da Câmara com a Brascicla, a associação de catadores de materiais recicláveis", explica Jacimara Machado, do Núcleo de Gestão Ambiental (EcoCâmara), ligado à Assessoria de Projetos Especiais da Diretoria Geral.

Jacimara e servidores do Demed vão relatar aos participantes da audiência pública como a Câmara conseguiu diminuir a quantidade de lixo hospitalar produzido na Casa. A coleta racional dos resíduos pode ser uma das saídas para a verdadeira crise pela qual passa o setor no Distrito Federal, onde as 30 toneladas de lixo hospitalar produzidas diariamente estão sem destino depois que o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) interditou a usina de tratamento do P-Sul, em Ceilândia.

Os fiscais aplicaram uma multa de R$ 4,3 milhões aos responsáveis pelo local depois de verificar irregularidades no armazenamento do lixo e a falta de licença ambiental. Seringas, materiais cirúrgicos e até pedaços de carne humana ficavam expostos a céu aberto. O incinerador estava quebrado e o lixo hospitalar era acumulado em uma vala sem impermeabilização adequada. Só uma lona separava o material do chão, o que permitia que o lixo tóxico penetrasse no solo, com risco de atingir o lençol freático.

Na Câmara, foi implantado em 2004 o Plano de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde. Na época, 100% dos resíduos gerados no Demed eram enviados para incineração — processo controverso quanto a efeitos colaterais sobre o meio ambiente. Com as mudanças na coleta, esse índice foi reduzido para 31,5% em outubro de 2004. Em maio 2005 caiu para 28,55% e, em agosto passado, para 23,74%.
  
    
 
Antonio Vital
Assessoria de Imprensa
Secretaria de Comunicação Social
E -mail: vital.antonio@camara.gov.br