Frente Parlamentar Ambientalista discute crise da água no país

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, garantiu que crise hídrica no Brasil é tema prioritário dentro da Casa.
06/02/2015 12h10

O EcoCâmara esteve presente na reunião da Frente Parlamentar Ambientalista, coordenada pelo deputado Sarney Filho, nesta terça-feira (4). Estavam presentes à mesa o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, o senador José Pimentel, o primeiro secretário-executivo do Fórum Paulista de Mudanças Climáticas Globais e Biodiversidade, Fábio Feldmann, os especialistas Paulo Zabot, Malu Ribeiro e Carlos Nobre. O evento discutiu a crise dos recursos hídricos e energéticos no país e suas consequências.

Ao elogiar o trabalho da Frente Parlamentar Ambientalista, o presidente destacou que convocará uma Comissão Geral para debater a crise hídrica no Brasil, em data a ser anunciada. "O tema é prioridade do país", afirmou.

O engenheiro do Departamento Técnico e coordenador da Área Temática de Gestão Hídrica Sustentável do EcoCâmara, Paulo Zabot, falou sobre os esforços deste Parlamento para diminuir o uso da água. Há mais de dez anos a Câmara trabalha para reduzir o consumo e economizou mais de um milhão e 200 mil metros cúbicos nesse período. Para o coordenador, nos momentos mais críticos, as pessoas estão dispostas a mudar seus hábitos de consumo.

O Secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação, Carlos Nobre, destacou a necessidade de se pensar nas mudanças climáticas em termos de infraestrutura. Para o secretário, tem que ser levado em conta os climas variados para as futuras obras. De acordo com ele, a variação do clima afeta na operação das hidrelétricas. Em 40 anos, a temperatura aumentou três a quatro graus e essa mudança também resultou o maior número de fenômenos extremos, como mais dias secos e mais inundações. "Se o clima continuar mudando vamos ter que conviver mais com esse tipo de fenômeno", disse.

Para a coordenadora das Redes das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, a água, por ser um bem escasso e essencial à vida, depende de uma regulação de um estado forte e de uma participação efetiva da população. "Sociedade, estado e iniciativa privada, têm que estar juntos nesse desafio", disse. Além disso, a coordenadora garante que o desmatamento tem relação com a crise hídrica, pois é a floresta que mantém o ciclo hidrológico.

"A sociedade civil deve participar ativamente das soluções e não simplesmente ser chamada a pagar a conta pela falta d'água"; afirmou Gilson Vasconcelos Dobbin, educador e cientista político, Coordenador-Geral do EcoCâmara, também presente ao evento. "Tendo em vista que a agricultura e a indústria são responsáveis pelo maior consumo hídrico no mundo", completou.

Finalizando o encontro, Sarney Filho declarou que já foi solicitada a criação de um Comitê Gestor da Crise da Água no Brasil à presidente Dilma Rousseff.