Ecolavagem terá início em Julho
Reunião com lavadores prepara Câmara para adoção de mudanças obrigatórias
Uma reunião com os lavadores de carros que atuam nos estacionamentos próximos à Câmara dos Deputados, realizada no dia 13 de maio, marcou os preparativos que vêm sendo feitos para adoção da chamada ecolavagem, obrigatória em todos os estacionamentos públicos do Distrito Federal a partir de 1º de julho, de acordo com o Decreto Distrital nº 30.522, de 3 de julho de 2009. A ecolavagem é um processo de limpeza de veículos automotivos com produtos químicos, que praticamente dispensa o uso da água.
Os lavadores atuantes na Câmara foram cadastrados e passaram por uma capacitação inicial. Diversos deles também já receberam, gratuitamente, os primeiros kits de produtos, fornecidos pelo GDF, assim com o treinamento mais detalhado, oferecido a grupos menores. Outros estão cumprindo as exigências para ter esse direito. Os profissionais terão que adquirir por conta própria os produtos, a partir do segundo kit.
Rômulo Câmara, coordenador da área temática Coleta Seletiva e Responsabilidade Social do EcoCâmara, chamou a atenção para o caráter social do projeto, que prevê a regularização da profissão de lavadores e de guardadores autônomos, permitindo que tenham carteira assinada, e o caráter ambiental da iniciativa. “A Câmara tem que cumprir a lei e nossa intenção é facilitar a vida de vocês (lavadores). Ninguém pode ficar de fora”, ressaltou Rômulo, lembrando que a Casa também está adquirindo os produtos para utilizar em sua própria frota, após testes que comprovaram sua eficiência.
Rômulo anunciou que uma campanha está sendo preparada para esclarecer os servidores sobre a ecolavagem e fez um breve retrospecto de outras iniciativas ecológicas da Casa – como a substituição da garrafas plásticas de água mineral por filtros no Anexo I, que, apesar de alguma resistência inicial, está tendo bons resultados.
Treinamento e conscientização
Durante a reunião, os lavadores externaram suas preocupações sobre a viabilidade da implantação das mudanças exigidas pelo decreto e quanto à aceitação do novo processo pelos usuários, demonstrando também resistência à utilização dos produtos. Alguns disseram-se revoltados pela liberdade que os postos de gasolina terão para continuar a lavar com água, no que consideram uma concorrência injusta, que beneficia os grandes grupos. 
Para Valdivino Diego da Silva, presidente do Sindicato dos Guardadores e Lavadores de Veículos do Distrito Federal (Sindglav-DF), as mudanças sempre encontram resistências e incredulidade, mas que com o tempo todos acabam se adaptando: “Quando entraram em vigor as leis do cinto de segurança, da faixa de pedestres ou mesmo a chamada ‘lei seca’, quantos acreditavam?”, questionou Silva, lembrando ainda que o sindicato está oferecendo cursos gratuitos todos os sábado para quem quiser se capacitar melhor para o processo.
O advogado Carlos Augusto de Miranda, consultor jurídico da Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest) chamou a atenção para o fato de a legislação não dar a opção de aderir ou não: “Isso é lei. Quem não quiser adotar, terá que procurar outra profissão”. Tânia Maria Fonseca Pinto, coordenadora da área temática Coleta Seletiva e Responsabilidade Social do EcoCâmara, ressaltou que o objetivo da reunião era esclarecer a importância do cumprimento da legislação, “que não é da Câmara dos Deputados, mas do GDF”.
O policial legislativo Célio Faria disse que a empresa responsável pelos produtos retornará à Câmara quantas vezes forem necessárias para treinar os profissionais e esclarecer dúvidas. Célio disse ainda que onde tem visto a ecolavagem ser usada – como na Octogonal e no Sudoeste – o resultado tem sido dos melhores.