Seminário sobre importância de conservação do Cerrado aconteceu nesta quarta (11/09)
A Rede Cerrado, com o apoio do Ecocâmara e da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, realizou nesta quarta-feira (11/09), às 13h30, um seminário para debater a importância dos povos e comunidades na conservação do Cerrado, no Auditório Nereu Ramos, no anexo II da Câmara dos Deputados.
O evento ocorreu no dia do Cerrado e teve como principais objetivos debater, discutir e estudar de que forma os povos e comunidades têm contribuído para conservar o bioma do planalto central, além de fortificar as ações que já vêm sendo realizadas. A cerimônia visou garantir a ampliação dos direitos territoriais, sociais, econômicos e culturais associados aos povos, comunidades e ao Cerrado.
O evento faz parte da programação do IX Encontro e Feira dos Povos do Cerrado e contará com a presença de liderança de comunidades tradicionais como agricultores, organizações de apoio e assessorias que trabalham na defesa da conservação do bioma em questão e na garantia dos direitos dos seus povos.
Maria do Socorro Teixeira Lima (Movimento Quebradeiras de Côco de Babaçu), Lidiane Taverny Sales (Retireiros do Araguaia e do Conselho Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais), Braulino Caetano dos Santos (geraizeiro e diretor do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas), Maria de Fátima Batista Barros(Comunidade Quilombola do Cerrado) e Tsitsina Xavante (Mobilização dos Povos Indígenas do Cerrado), foram os representantes de povos tradicionais que participaram do seminário.A quebradeira de babaçu, Maria do Socorro falou sobre as questões políticas relacionadas ao meio ambiente "O Brasil está sendo vendido, as florestas estão sendo queimadas e ninguém pensa nos povos que vivem nestas áreas. Nós somos o poder mais poderoso do país e não vamos nos curvar diante deste governo".
Maria de Fátima Batista Barros (Comunidade Quilombola do Cerrado) também falou sobre o governo, atividades que degradam o Cerrado e o ambiente no geral "O momento em que estamos vivendo é de profundos ataques, de perdas de direito, que os povos são ameaçados, perdendo políticas conquistadas. Nós somos a voz do Cerrado e não podemos aceitar o desmazelamento da nossa vida e ver o nosso planeta sendo destruído".
Lidiane Taverny Sales (Retireiros do Araguaia) falou sobre a importância do Cerrado para toda a população nacional "O Cerrado é uma caixa d'água, cheia de aquíferos. O bioma guarda 8 regiões hidrográficas e enche 6 grandes rios. O Cerrado nos alimenta, nos dá vida e é nosso espírito". Ela fala também sobre a destruição do Cerrado "O nosso bioma, nossa casa está sendo destruído,não por nós, mas pela ganância e pelo capital!"
O seminário também recebeu uma petição com 570 mil assinaturas visando a aprovação da PEC 504/2010, que procura a inclusão do Cerrado e da Caatinga como patrimônio nacional.