EcoCâmara e Demed realizam 2º monitoramento de resíduos de 2010

O Núcleo de Gestão Ambiental da Câmara dos Deputados e o Departamento Médico da Câmara (Demed) realizaram, entre os dias 23 e 29 de agosto, o segundo monitoramento de resíduos de saúde de 2010, revelando que um total de 12,7% dos materiais descartados foram classificados como pertencentes ao Grupo A (risco biológico). No monitoramento anterior, realizado em abril deste ano, o índice havia sido de 13,61%. Os resíduos do Grupo A são enviados para incineração, gerando maiores custos ambientais e financeiros.
01/10/2010 18h25

O resultado foi considerado positivo por demonstrar uma tendência de menor produção desse tipo de lixo, aproximando-se da meta estabelecida de 10% do total. No dia 1º de junho de 2010, foi ministrada uma palestra para os profissionais do setor, considerada um dos motivos que levaram à melhoria nos índices deste segundo monitoramento do ano. A mistura com outros tipos de materiais descartados é a maior dificuldade a ser superada.

O monitoramento consiste em um estudo quali-quantitativo, a partir da pesagem dos resíduos gerados e segregadosDemed separadamente, durante uma semana, nos dois períodos (matutino e vespertino), incluindo sábado e domingo, e da observação do conteúdo dos sacos plásticos recolhidos.

Segundo Jacimara Machado, assessora técnica do EcoCâmara, a importância do monitoramento é permitir a identificacão de falhas no descarte dos materiais - sejam eles infecciosos, perigosos, recicláveis ou orgânicos - para melhorar a disposição final, diminuindo o volume de resíduos incinerados e reduzindo o impacto ao meio ambiente. A assessora afirma que “o resultado é bom, mas ainda não é o esperado, embora se tenha diminuído bastante o volume enviado para incineração”.


Jacimara lembra que o processo de avaliação serve também para indicar quais as ações devem ser adotadas para aproximar cada vez mais os índices do resultado esperado. “O monitoramento torna possível criar um indicador para posterior avaliação do que precisa ser melhorado e conhecer a real situação da segregação, acondicionamento e coleta dos resíduos no departamento”, explica. Ela lembra Demed monitoramentotambém a importância do treinamento de todos os servidores do Departamento para diminuir a mistura de outros tipos de material com os resíduos que devem que ser enviados para incineração, visando atender às normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

As mesmas normas determinam que todo local de atendimento de saúde tenha um Programa de Gerenciamento de Resíduos do Serviço de Saúde (PGRSS) visando à diminuição dos riscos para o trabalhador da área, à preservação do meio ambiente e à garantia da integridade física das pessoas que circulam nos locais onde tais serviços são prestados. Após a implantação do PGRSS do Demed em 2004, o monitoramento tem sido feito periodicamente e revelado mudanças drásticas na quantidade de resíduos do Departamento enviados para incineração.

 

Conheça abaixo a classificação dos resíduos de serviços de saúde:

  • Grupo A: resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características, podem apresentar risco de infecção.
  • Grupo B: resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente.
  • Grupo C: resíduos contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratório de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia. Não são gerados no Demed.
  • Grupo D: resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.
  • Grupo E: materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como agulhas e lâminas de vidro, contaminados ou não.