A Câmara, que até o ano passado leiloava os pneus inservíveis (utilizados pelos veículos da Casa), passou agora a doá-los para reciclagem. A iniciativa é do Núcleo de Gestão Ambiental (EcoCâmara), ligado à Assessoria de Projetos Especiais da Diretoria Geral, em parceria com a Coordenação de Transporte.

A primeira doação ocorreu no último dia 16. Os pneus foram recolhidos pela Secretaria de Parques e Unidades de Conservação (Comparques) do governo do Distrito Federal. O material será reciclado por meio de um convênio com a Associação Nacional das Indústrias de Pneumáticos (Anip), que se encarregará de submetê-los a diversos tipos de processos, como trituração, laminação e esfarelamento.

AMEAÇA

O pneu leva mais de 50 anos para se decompor na natureza, pois não é biodegradável. Ele pode ser eliminado de duas maneiras: por meio de picotagem, quando é usado como matéria prima nas indústrias de cimento e asfalto, ou através da queima — mediante o uso de um filtro especial, por causa da fumaça.

De acordo com levantamento feito pela (Anip), os pneus que já não servem mais e continuam disponíveis no país representam 26,5% dos 23 milhões que constam no setor de reposição. Ou seja, existem quase 6 milhões de pneus sem uso no país, uma ameaça ao meio ambiente.

RESOLUÇÃO

Em 1999, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) publicou a resolução 258/99, com exigências em relação ao descarte de pneus usados. A norma obriga as fabricantes e importadoras a darem uma destinação final a cinco pneus para cada grupo de quatro pneus colocados no mercado, a partir de janeiro de 2005. Também proíbe jogar fora os produtos usados em locais inadequados, como aterros sanitários e terrenos baldios.

RECICLAGEM

"O importante é que a Câmara está fazendo sua parte. O material foi entregue a uma entidade responsável, que, com certeza, dará o devido fim ao produto", explica Rachel Osório, coordenadora do Ecocâmara.

Na trituração, os pequenos pedaços de pneu se tornam um combustível de alto poder calorífico para fornos. Quando transformados em lâminas, podem servir de suporte para sofás e poltronas. Enquanto em farelo, são misturados ao asfalto, gerando resistência e elasticidade.

Texto produzido pelo Núcleo de Gestão Ambiental - Ecocâmara, em agosto/2005.