O Dia Mundial da Água foi lembrado na última terça-feira (22) para ninguém se esquecer de que a vida em nosso planeta seria impossível sem a água doce. E a disponibilidade desse recurso natural está cada vez mais ameaçada. Por isso, é importantíssima a adoção de pequenas atitudes que podem fazer uma grande diferença no futuro, pois desperdiçar é muito fácil. Uma torneira que pinga uma gota por segundo, por exemplo, pode desperdiçar dez mil litros de água por ano. Um vaso sanitário mal ajustado pode causar o desperdício de 200 mil litros de água anualmente. Nos jardins e outros terrenos irrigados, pode-se perder até 50% da água utilizada, devido à evaporação.

O problema do acesso à água potável também é enfrentado em todo o mundo. De acordo com as Nações Unidas, em 2003, mais de 1 bilhão de pessoas não tinham acesso à água potável e 2,4 bilhões estavam sem instalações sanitárias. No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no mesmo ano, dos 49,1 milhões de domicílios pesquisados, 82,5% tinham água canalizada e apenas 69% tinham serviço de esgoto.

CÂMARA

Em relação ao assunto, a Câmara tem apoiado ações articuladas entre os órgãos da Casa e o Núcleo de Gestão Ambiental (Ecocâmara) há bastante tempo.
No ano passado, por exemplo, uma mudança no procedimento de limpeza dos espelhos d’água ao redor do Congresso garantiu economia de 36 milhões de litros de água. A medida também teve reflexo econômico: a direção da Câmara deixou de gastar R$ 120 mil com a nova prática. O uso eficiente da água evita o desperdício e garante o fornecimento prolongado nas dependências da Casa.

Durante este mês de março, o Ecocâmara promove a 1ª Jornada de Práticas Ambientais, com a realização de seminários e cursos que contribuem para o debate acerca da preservação dos mananciais de água e seu uso equilibrado nas atividades humanas. Na programação, foi realizada a segunda edição do Seminário de Gestão de Água nas Organizações e do Curso de Formação de Gestores de Água, em parceria com a ONG Água e Cidade. Profissionais de grande atuação na área ambiental, como o diretor da ONG Água e Cidade, Wilson Passeto, o professor da Escola Politécnica da USP, Orestes Gonçalves, e o diretor de Meio Ambiente da Companhia Siderúrgica de Tubarão, Luis Antonio Rossi, participaram do seminário, que este ano formou 68 novos gestores da água, provenientes de diversos segmentos sociais de Brasília.

Segundo a coordenadora do Ecocâmara, o seminário e o curso foram um sucesso. Para ela, um dos objetivos da Jornada é também conscientizar as pessoas para a questão da água. "A economia da água deve ser constante. Não desperdiçá-la não é só evitar que ela vá para o ralo, é também não sujar uma nascente", enfatiza.

A Câmara também participou neste mês do 2º Fórum Alternativo Mundial sobre a Água, realizado em Genebra, na Suíça. A falta de água potável e de instalações sanitárias foi discutida por especialistas do mundo inteiro. Entre as propostas está o reconhecimento do acesso à água como direito humano, social e universal.

Texto produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Câmara dos Deputados em 28/3/05