Debatedores querem integrar educação e prática ambiental

Os participantes do Seminário de Boas Práticas Ambientais no Legislativo defenderam, na tarde desta segunda-feira, que as práticas ambientalmente sustentáveis sejam adotadas de forma integrada e permanente, acompanhadas de projetos de educação que sustentem novos hábitos de consumo e de comportamento.

No caso da gestão de resíduos sólidos, o diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Recicladoras de Papel (Abirp), Manoel Padreca, destacou que "não basta a separação do lixo, mas um conjunto de atividades - da coleta ao tratamento adequado".

Ele citou ainda a reciclagem de papel como "medida emblemática" para evitar o desmatamento e reduzir o volume de lixo. "A cada resma de papel reutilizada, haverá menos árvores a serem cortadas para a produção de celulose e menos resíduos nos aterros", explicou.

O seminário - promovido conjuntamente pela Câmara (EcoCâmara), Senado Federal (Senado Verde) e Tribunal de Contas da União (TCU Ambiental) - tem o objetivo de discutir a adoção de programas de gestão ambiental nas instituições do Poder Legislativo. Os debates continuam nesta terça-feira, a partir das 9 horas, no auditório Nereu Ramos.


Formação de consciência

Genebaldo Freire Dias, professor de Educação Ambiental da Universidade Católica de Brasília, destacou o papel da educação na formação de hábitos ambientalmente sustentáveis. "Todas as práticas favoráveis ao meio ambiente exigem formação de consciência, o que só é possível pela educação ambiental", frisou.

O consultor legislativo da área ambiental do Senado Ivan Dutra Faria chamou atenção para a necessidade de democratizar a linguagem ambiental. Segundo ele, os técnicos, as instituições e até mesmo a mídia usam termos científicos sem a preocupação de traduzi-los de forma adequada à população. "O termo impacto ambiental é um exemplo de como a linguagem não é acessível. Ele aparece em todos os documentos, relatórios e noticiários, mas nem sempre as pessoas entendem de fato o que são impactos ambientais", argumentou.


Transportes

O diretor-executivo da Confederação Nacional de Transportes (CNT), Bruno Batista, falou sobre o programa "Despoluir" da CNT, que envolve indústrias, caminhoneiros, taxistas e trabalhadores do setor com o objetivo de reduzir a emissão de poluentes. Uma das metas do programa é aferir um milhão de veículos nos primeiros cinco anos, para evitar os fatores de risco que propiciam a emissão de gases, como motores desregulados.

O setor de transportes, o segundo maior poluidor no Brasil, é responsável por 9% das emissões de gases de efeito estufa (GEE), concentrados sobretudo nos meios rodoviários. O primeiro lugar é ocupado pelas queimadas e desmatamentos, com 75% das emissões.


Texto produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Câmara dos Deputados - dia 31/11/2007