Câmara neutraliza o carbono decorrente de suas atividades

19/12/2007 16h00


A Câmara dos Deputados, em continuidade à parceria com a ONG SOS Mata Atlântica, firmou compromisso para o plantio de 12 mil mudas de espécies nativas no estado de São Paulo. A ação é resultado do acordo entre a CD e a ONG assinado em fevereiro pelo presidente da Casa, deputado Arlindo Chinaglia. O plantio de espécies típicas da Mata Atlântica servirá para compensar as emissões de carbono da Câmara, por exemplo, no consumo de papel e de combustível dos carros oficiais.

Carbono NeutroSão Paulo foi escolhido porque é onde esse ecossistema mais sofreu com o desmatamento. O plantio das mudas deve começar ainda no mês de novembro. Os servidores também podem contribuir, sem nenhum custo e ainda concorrendo a brindes, para o plantio de mudas na Mata Atlântica, bastando para isso acessar no Portal, Gestão Ambiental (EcoCâmara). Qualquer pessoa também pode fazê-lo pelo https://www.clickarvore.com.br/                       

O deputado Sarney Filho, do PV do Maranhão e coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, elogiou a iniciativa: “Isso é importante porque o Brasil é hoje o quarto maior emissor de gases causadores do efeito estufa por causa do desmatamento.” Segundo ele, o Parlamento brasileiro sinaliza, com essa medida, o desejo de o Brasil modificar esse quadro.

A assessora de projetos especiais da Diretoria-Geral da Câmara, Cássia Botelho, destaca que a iniciativa não terá nenhum custo adicional para a Casa e assinala que a Câmara é pioneira nesse tipo de parceria. Desenvolvemos o programa ambiental EcoCâmara desde 2002.

Cássia Botelho explicou que a SOS Mata Atlântica foi responsável pelo levantamento que apontou a necessidade compensatória do plantio de 12 mil árvores para neutralizar as emissões de carbono provocadas pelas atividades da Câmara. Ela ressaltou que, mais do que compensar as emissões de carbono, o objetivo do EcoCâmara é aumentar a consciência ecológica entre os servidores.

O coordenador do programa EcoCâmara, Rômulo Lima, reafirmou o compromisso da Casa com a questão do aquecimento global. "O plantio das 12 mil árvores nos trará a responsabilidade de trabalharmos para a redução das emissões de gases, direta ou indiretamente na atmosfera".

 

Parlamento Verde

Por adotar práticas de carbono neutro, a Câmara pode tornar-se o primeiro Parlamento Verde do mundo. Uma importante iniciativa da Casa foi a adoção de critérios ambientais nas licitações e compras governamentais além da troca de combustível de toda a frota oficial por alternativas não poluentes em um prazo de cinco anos. Isso sem falar na reciclagem de lixo, economia de água e energia e educação ambiental.

Aquecimento global
Também conhecido como efeito estufa, o aumento da temperatura terrestre é resultado do progresso. “Segundo os últimos dados oficiais fornecidos pela ONU, o Brasil é o quarto país (sem contar com a União européia) em emissão de gases-estufa, devido ao desmatamento e à queimada da Floresta Amazônica. (www.estadão.com.br)”. A grande preocupação atual é que os elevados índices de gases que vêm sendo medidos nos últimos anos, tende a aumentar e podem provocar um aumento suficiente para trazer graves conseqüências à escala mundial e afetar a sobrevivência do habitantes. Sem a camada de ozônio, não seria possível vida no nosso planeta.

As principais conseqüências do agravamento do aquecimento global são os recuos das camadas de gelo que contribuem para elevar o nível do mar e afetam diretamente os ecossistemas. O aumento previsto é de aproximadamente 88 centímetros, o que pode inundar ilhas e áreas litorâneas de baixa altitude. Outra conseqüência são as mudanças climáticas. Períodos longos de estiagem podem provocar grandes secas, tendo como resultado a diminuição da produção agrícola e o desaparecimento de várias espécies de plantas e animais.

O que resta, o quanto vai piorar e o que se pode fazer para reduzir os impactos?
Esta é a grande preocupação no momento. A grande maioria de cientistas e a sociedade em geral defende reduções imediatas e drásticas dos gases causadores do efeito estufa, como o dióxido de carbono, emitido principalmente pela indústria e pelos transportes, que contribuem para o aquecimento global. Porém, muitas nações com grande desenvolvimento industrial resistem a tomar iniciativas que poderiam contribuir para a redução da emissão de gases nocivos.

Carbono NeutroAtualmente os Estados Unidos são o país que mais lança gás carbônico na atmosfera, (23% do total), em seguida vem a China (16,5%), logo depois a Rússia que despeja (5,9%), Índia (5,1%), Japão (4,9%), Alemanha, Canada e Reino Unido somados são responsáveis por 7,7% das emissões de gás carbônico. O Brasil apesar de não ser um dos primeiros na lista dos que mais queimam combustíveis fósseis, principal causa do efeito estufa, também contribui para o aumento da temperatura por meio dos elevados índices de desmatamento, principalmente levando em conta a devastação da Floresta Amazônica.

Desde 1997 a Convenção da Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas tem o objetivo de convencer as nações industrializadas a assinarem o Protocolo de Quioto, que apresenta como pré-requisito, a exigência de que os participantes do tratado têm que ser responsáveis por no mínimo 55% do total das emissões de gás carbônico lançados na atmosfera. Com a aderência da Rússia no ano de 2004, o tratado pôde entrar em ação, mesmo sem a assinatura dos EUA, atualmente o maior poluidor do planeta. Alguns cientistas estimam que as metas de redução estabelecidas pelo Protocolo de Quioto não são suficientes. As emissões devem ser cortadas em cerca de 60% para que haja uma diferença efetiva, o que pode provocar um impacto econômico global bastante significativo.

Os participantes do Protocolo podem reduzir as emissões de carbono de três maneiras. Uma delas é a que mais interessa ao Brasil, por ser a única em que os países em desenvolvimento fazem parte, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) que permite que nações desenvolvidas comprem as reduções de emissão das nações em desenvolvimento, ou que invistam em projetos de diminuição nesses países. Se, por exemplo, o Japão conseguir reduzir as emissões em 4%, e não 6% como prevê o Protocolo, poderá comprar créditos dos países em desenvolvimento que correspondam aos 2% restantes.

A segunda forma é o "Comércio de Emissões", pelo qual as nações desenvolvidas Carbono Neutronegociam com as indústrias instaladas em seu território uma diminuição no lançamento de poluentes na atmosfera ainda maior que a estabelecida no acordo. A prática é financeiramente interessante, pois as normas do tratado permitem que essa “economia de gases” seja vendida a outros países ricos que não tenham conseguido atingir suas metas.

Já a terceira via de redução é a “Implementação Conjunta”, na qual os países desenvolvidos trabalham juntos para atingir suas metas. Desta forma, caso algum país não consiga uma redução suficiente, mas seu parceiro sim, ambos podem firmar um acordo. O primeiro investiria no segundo, por exemplo, já que neste seria mais fácil atingir as metas.

 

 

 

Texto produzido pela Secretaria de Comunicação Social