Os parlamentares presentes à sessão destacaram desafios para que o Brasil incorpore plenamente a ideia de desenvolvimento econômico ligado à preservação ambiental.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou hoje que não há mais espaço na agenda ambiental brasileira para a ideia de antagonismo entre meio ambiente e desenvolvimento econômico. Segundo ela, essa é uma agenda vencida, extemporânea e superada. “Esse debate não deve marcar a Rio+20, em 2012”, afirmou a ministra, ao fazer referência ao fato de o Brasil ser sede no próximo ano da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável.

Desenvolvimento e preservação

Durante a sessão, deputados e senadores reforçaram a tese de que ainda existem inúmeros desafios a serem enfrentados pelo País até que seja possível atender plenamente a ideia de desenvolvimento econômico ligado à preservação ambiental.

O presidente da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Sarney Filho (PV-MA), lamentou que a comemoração do Dia do Meio Ambiente sirva para chamar a atenção da sociedade para os retrocessos na legislação que têm sido aprovados pelo Congresso.
"Exemplo disso é a recente aprovação do substitutivo que cria um novo Código Florestal aqui na Câmara, que é um retrocesso na questão da preservação ambiental e permite que as nossas florestas e os nossos biomas continuem sendo devastados", disse o deputado, ressaltando que tem esperança de que os equívocos do texto sejam corrigidos durante a análise pelo Senado.

O deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ) também destacou a “derrota” sofrida com a aprovação do Código Florestal pela Câmara. Segundo o parlamentar, a proposta anistia aqueles que cometeram desmatamentos no passado, mandando uma mensagem de impunidade para o futuro.

O deputado Celso Maldaner (PMDB-SC), no entanto, saiu em defesa dos produtores rurais. Conforme disse, o Código Florestal deve estar mais focado na preservação ambiental do que na criminalização dos produtores.

Assassinatos na Região Norte

Os parlamentares que participaram da sessão solene também lamentaram os recentes assassinatos de trabalhadores rurais e ambientalistas na Região Norte. A deputada Rebecca Garcia (PP-AM) disse que o problema é grave e merece atenção do Estado.
“O Norte do Brasil é a nova fronteira agrícola do Brasil”, disse Rebecca Garcia. “Está na hora de encarar essa realidade nas duas perspectivas. De um lado é preciso oferecer condições de prosperar cada vez mais. De outro, é preciso enfrentar pistoleiros bem armados e capazes de matar sem piedade.”

Por sua vez, o deputado Roberto de Lucena (PV-SP) disse que sua bancada não descansará enquanto as investigações sobre as mortes não forem finalizadas e esclarecidas.

Carbono zero

O presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara, deputado Giovani Cherini (PDT-RS), anunciou a possibilidade de um acordo com a empresa Itaipu Binacional para o plantio de 22 mil mudas de árvores, em todo o País.

Segundo estudos técnicos, essa medida poderia neutralizar a emissão, pelo Congresso Nacional, de gases causadores do efeito estufa. “Como presidente da Comissão de Meio Ambiente, tenho a convicção de que é preciso dar o exemplo fazendo o dever de casa. Começaremos a ficar quites com a sociedade”, disse Cherini.

O Dia Mundial do Meio Ambiente foi estabelecido pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1972, durante a abertura da Conferência de Estocolmo sobre Ambiente Humano. Em 2011, o tema das comemorações é "Florestas: A natureza a seu serviço".