Desde 2003, a Cooperativa de Catadores (Cortrap) separa e destina todo o material reciclável gerado pela nós servidores, funcionários e visitantes da Câmara. São toneladas de papéis e plásticos que passam pelas mãos dos catadores antes de serem encaminhados à indústria da reciclagem.

No desempenho dessa atividade, eles encontraram a dignidade de um trabalho e a possibilidade de sustentar suas famílias. Porém, essa mesma importante atividade foi muito desvalorizada pela crise financeira mundial.

Assim, com o objetivo de  minimizar o imediato efeito trazido pela crise, o da falta alimento, o EcoCâmara coordena uma campanha que espera contar com a participação de todos os servidores da Casa.

A campanha
De 24 de março a 3 de abril, serão recolhidos cestas básicas e alimentos não perecíveis para serem doados às 149 famílias de cooperados. As doações deverão ser depositadas em caixas identificadas nas portarias e nos principais estacionamentos da Casa.

Ao final da Campanha, dia 3 de abril, será promovida uma visita guiada para dar oportunidade de o servidor conhecer, de perto, o trabalho desenvolvido pela Cortrap em parceria com a Câmara. Para se inscrever na visita, que será das 9h30 às 12h, é preciso enviar um e-mail informando nome, ponto e ramal ao Cefor pela caixa: nueam.cefor@camara.gov.br.

Dificuldades já superadas
Por muito tempo, quando comum era de falta de consciência sobre a importância da reciclagem para a preservação ambiental, coletar e separar resíduos era tarefa exaustiva e arriscada.

A maioria dos catadores contava apenas com o precário transporte de carroças, que traziam insegurança a esses trabalhadores e causavam desordem pelas ruas da cidade. Além de disso, a presença de grande volume de resíduos gerado pelos órgãos públicos trouxe o problema da ocupação irregular de áreas ao redor da Esplanada e a convivência com infra-estrutura inadequada de moradias.

Convênio com a Câmara
Em 2002, um grupo de servidores, responsável  pelo primeiro projeto socioambiental na Casa, identificou que várias famílias vinham sendo atraídas pela quantidade de resíduos descartados pela Câmara, fazendo da atividade de separação de lixo sua principal fonte de subsistência.

Apesar da desordem, os servidores perceberam também que o trabalho feito pelos catadores preenchia uma lacuna entre o processo de descarte de material usado e o da reciclagem. Ou seja, além de possibilitar a inclusão social dos muitos dos economicamente desfavorecidos, a separação de resíduos exercia papel importante para o reaproveitamento de matérias-primas e para a economia de recursos naturais no processo produtivo.

Feito o diagnóstico da situação, a Câmara, em parceria com outras instituições governamentais, os catadores em uma cooperativa e firmar convênio beneficiando-os com a destinação de papel e plástico, principais resíduos descartados pela Casa com valor comercial na reciclagem.

Assim, a renda familiar passou dos insuficientes 90 reais para cerca de 400 reais mensais. O transporte do lixo passou a ser feito por caminhões próprios doados pelo Banco do Brasil. A atividade de segregação também foi transferida para um ambiente adequado na Estrutural, assim como a moradia dos cooperados e suas famílias.

Novos desafios
Agora os desafios são outros. No âmbito da área temática responsável pela coleta seletiva, o EcoCâmara já vem se empenhando em viabilizar propostas para a cooperativa agregar novos valores ao material reciclável de que dispõem e/ou incluir novos materiais na relação de produtos coletados. Tais sugestões têm por finalidade encontrar formas de a cooperativa voltar a ser autosuficiente como já provou ser capaz.

Sob tal ótica, a campanha de donativos cumpre o papel de ser uma medida de emergência para atender às urgentes necessidades da Cortrap neste momento de crise.

Participe e mobilize seus colegas para ajudar quem tanto nos ajuda!

Texto produzido pelo Núcleo de Gestão Ambiental EcoCâmara em 20/03/2009