A idéia da caminhada foi proposta durante da 2ª Oficina de Trabalho Baseado no Modelo Colaborativo, oferecida aos ecocamaradas pelo EcoCâmara, em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, no último dia 29 de abril. Os ecocamaradas Adsam Jacqueline e Reynaldo Stavale foram os responsáveis pela elaboração do projeto. Jacqueline diz que a iniciativa é uma oportunidade de chamar a atenção para questões ambientais, trocar idéias e divulgar trabalhos do EcoCâmara, que está fazendo sete anos de existência, assim como dos ecocamaradas. Além disso, segundo ela, “é preciso criar uma cultura ecológica não só para o planeta, mas também para nosso próprio corpo: a ecologia pessoal". E completou: "E caminhar é, antes de tudo, um hábito saudável.”

Após a concentração, no Fórum de Palmeiras Imperiais, onde receberam as camisetas do evento, os cerca de 60 participantes seguiram para o Bosque (localizado atrás da Praça dos Três Poderes). Ao longo da caminhada, Pedro Nelson Carneiro, biólogo e servidor da Câmara, e Manoel Cláudio da Silva Júnior, titular do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade de Brasília (UnB), discorreram sobre a fauna e a flora do local, à medida em que o grupo passava pelas árvores de maior interesse e que os pássaros eram avistados.

Janice Silveira, coordenadora-geral do EcoCâmara, lembrou que a idéia é de a caminhada se repetir todos os anos. Gílson Dobbin, coordenador-geral-adjunto, fez questão de ressaltar a importância do resgate do espaço e de tudo que o compõe: “Estarmos aprendendo sobre as árvores e pássaros do Bosque mostra a todos que há vida natural em torno da Câmara dos Deputados”, declarou.

Já Pedro Carneiro disse que a conscientização ambiental é um “trabalho de formiginha”, que aos poucos vem mostrando resultados. Segundo o biólogo “a prova disso é que o Dia do Meio Ambiente era antigamente desconhecido e hoje sua comemoração é quase obrigatória na maioria dos órgãos”, lembrou.

Muito mais que caminhar

Rafael Melo, técnico da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa), mostrou o ponto onde será perfurado o poço artesiano que vai ser utilizado nos projetos hidroambientais do Bosque, esclarecendo que é um local alto e longe das edificações, ficando assim mais a salvo de qualquer possível contaminação.

Segundo Rafael, será um poço que buscará água na região de rocha chamada fraturado, abaixo das várias camadas de terra – o que impedirá que ele possa secar nos períodos de seca. “Além disso, a maior parte da água utilizada para irrigação no bosque retornará ao aquífero, em um ciclo importante para a conservação do meio ambiente”, disse.

A caminhada terminou junto ao protótipo da Calçada de Athos Bulcão, com os participantes sendo apresentados ao projeto – que em breve será instalado no eixo central do parque e terá 750 metros de extensão. Próximo ao local, os participantes puderam ainda conhecer sete modelos de casas de passarinhos, cujos desenhos para a construção caseira estão disponíveis neste site (veja link no final da matéria).

Em seguida, houve o lançamento e distribuição do guia “Árvores do Bosque dos Constituintes – Manual de Campo”, que reúne informações sobre as espécies ali encontradas; do broche do Bosque, concebido como modo de identificar os admiradores do local; e do terceiro cartaz da série do Bosque dos Constituintes, que desta vez retratou alguns dos pássaros que são identificados no parque.
 
Logo depois, o diretor-geral da Câmara, Sérgio Sampaio, recebeu do diretor da Adasa, João Carlos Teixeira Alves, a outorga que permite a perfuração do poço artesiano do parque. Houve ainda o sorteio de diversos brindes feitos com material reciclado e de uma bicicleta, presente da Associação dos Servidores da Câmara dos Deputados (Ascade). Além disso, cerca de cem mudas de árvores típicas do cerrado foram distribuídas, acompanhadas de instruções para plantio.

Mais atividades no bosque

A ocasião serviu também para anunciar duas novidades. A primeira, que no dia 26 de junho o parque receberá um evento esportivo internacional, o Brasília Multisports – de triatlon –, cujos corredores passarão por ali. A segunda é que o Centro de Formação e Aperfeiçoamento da Câmara dos Deputados (Cefor) oferecerá um curso, ministrado pelo professor Manoel Cláudio, sobre as árvores do cerrado, cujas aulas acontecerão em parte no próprio Bosque.

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