Câmara otimiza central de recolhimento de resíduos hospitalares nocivos
Ao longo dos últimos anos, todo o lixo hospitalar produzido no Departamento Médico da Câmara dos Deputados (Demed) era armazenado em espaço interno, localizado a baixo de escadaria no Anexo III. Esse tipo de material, que abrange seringas usadas, fraldas e diversos materiais de uso médico, porém, é recomendado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que seja guardado temporariamente até a destinação final em local externo.
Pensando na segurança dos servidores e visitantes da Casa, a Câmara realizou uma reforma de aperfeiçoamento do espaço. Com a reforma, o novo espaço reuniu o armazenamento de lixo hospitalar, a central de gases e vácuo hospitalar e um tanque para higienização de materiais reutilizáveis. Entenda o caso:
(foto 1)
Todo material tóxico produzido no Demed estava sendo guardado em lixeiras apropriadas debaixo da escada do anexo III. Foi construída uma porta por lá e fecharam esse ambiente. Isso era bem guardado dentro de sacos plásticos lacrados e despejado dentro dessa lixeira, que era constantemente higienizada (foto 1). Quando o pessoal ia recolher o lixo, levava essa lixeira e colocava uma nova. Em um determinado momento, a empresa que realizava o recolhimento do lixo passou a negligenciar o tratamento, trazendo os carrinhos sujos. Então as pessoas começaram a reclamar do mau cheiro que vinha das lixeiras.
A primeira providencia foi pedir ao pessoal responsável para averiguar a situação. A empresa que realizava a coleta foi autuada e notificada e passou a trazer novamente os recipientes desinfetados, como deveria. Uma vez que passou esse problema, as pessoas perceberam que talvez o local em que o lixo era armazenado não fosse o ideal. Foi então que o Departamento Técnico começou a elaborar um projeto para construção de um novo local de armazenamento, higienização de materiais reutilizáveis e uma nova central de vácuo, também localizada em ambiente interno.
De acordo com as recomendações da Anvisa, lixos hospitalares e centrais de gases medicinais e vácuo deveriam, preferencialmente, estar em local externos. O único local disponível para a nova central era uma área da empena cega, do lado de fora do Demed, próximo à via S2 (foto 2). O espaço é muito curto, o que faz com que a inclinação seja muito forte. Com isso, foi necessário um novo projeto de arquitetura.
(foto 2)
De acordo com Maurício Matta, arquiteto do Detec, o local escolhido tinha um desnível tão grande que abalava várias estruturas próximas, inclusive a rua: "A pista que passa ali tem toda uma compactação. Abaixo daquela calçada tem uma série de redes, entre elas de telefone, elétrica e de fibra ótica, de dados, etc. Então foi necessário refazer o projeto".
O primeiro projeto, que tinha 87,5 m², foi modificado por um de 18,62m², que cumpria com a demanda necessária. O engenheiro calculista refez os cálculos para o novo projeto e verificou que a interferência da obra no talude era menos de 15% daquilo que estava previsto anteriormente. Então a equipe do Detec refez o projeto para garantir uma reforma que tivesse menor impacto, um custo mais baixo, e que pudesse ser executado com os meios próprios da Câmara, sem ter que contratar uma empresa de obras (foto 3).
(foto 3)
Graças à consciência da equipe de utilizar critérios sustentáveis, como a reutilização de materiais e a redução de custos, foi possível simplificar o projeto. O resultado, para o Detec, ficou bastante satisfatório e atendeu às necessidades de segurança e descontaminação dos resíduos perigosos do Departamento Médico.