Alunos da UnB aprendem com jardins da Câmara
Buscando ver de perto a estrutura de manutenção de jardins da Casa e se inteirar das soluções de manejo adotadas pela administração do órgão legislativo, os alunos foram recebidos por Rachel Osório, chefe da Seção de Manutenção de Jardins da Câmara e coordenadora da área temática “Áreas Verdes e Proteção à Fauna”, do Comitê de Gestão Ambiental da Câmara dos Deputados (EcoCâmara), e pelo técnico em paisagismo Márcio Gleico, jardineiro-chefe da Casa.
O professor Luiz Pedro de Melo Cesar, responsável pelo curso, elogiou a interação entre o órgão e a Universidade: “É muito importante estabelecermos essa ponte com a sociedade, mostrar aos alunos o trabalho de todo esse corpo de funcionários não ligados à área legislativa, que muitos não sabem existir. Seria maravilhoso se em outros locais também encontrássemos as portas sempre abertas”.
Os visitantes circularam por diversos espaços, como o jardim do Salão Verde, os jardins do 10º andar do Anexo IV e do Complexo Avançado, assim como pelo viveiro de mudas lá localizado, entre outros, ouvindo explicações e tirando dúvidas sobre o que viam. A escolha de espécies, a irrigação, a iluminação, a estética, a poda adequada, o respeito ao tombamento e às características originais dos prédios, assim como questões relativas à carga dos jardins sobre os pavimentos dos edifícios, à prevenção e ao combate de infiltrações e à sustentabilidade ambiental foram alguns dos temas abordados, sempre buscando um enfoque prático, distante do academicismo e levando em consideração as dificuldades de manejo em áreas construídas de utilização intensa.
Repensar constante
Para Rachel Osório, é fundamental que a Câmara possa compartilhar suas conquistas e experiências com outras instituições: “Ser um pólo de referência é um dos objetivos do EcoCâmara. Uma das formas de cristalizarmos essa liderança é ajudando na reflexão daqueles que ainda estão na academia”.
Sandra Satiko, aluna da Escola de Paisagismo de Brasília e estagiária da Seção de Manutenção de Jardins, é outra que aprova a iniciativa que, para ela, promove a sustentabilidade, vista como o desenvolvimento contínuo de pessoas. “A Câmara está sempre à frente, fazendo reflexões e incitando o repensar constante”, disse ela.
Camyla Braz, aluna do 2º semestre da UnB, contou que, além da disciplina que organizou a visita, também cursa “Projeto Paisagístico” e que ambas as cadeiras se complementam. Segundo a estudante, “os jardins da Câmara são um bom exemplo de como as plantas podem contribuir para o bem estar dos ambientes”. Larissa Amaral, do 6º período, que já trabalhou em um escritório de paisagismo, também julgou proveitosa a experiência da aula in loco: “Aprendi muita coisa sobre implantação de jardins, cuidados com lajes, estética, conforto e manutenção”.
Áreas verdes
A Câmara do Deputados tem, sob sua responsabilidade, 210 mil m² de áreas verdes - incluindo seus jardins internos e externos, o entorno das residências oficiais e o Parque Bosque dos Constituintes - o dobro da área construída de seu complexo arquitetônico.
No manejo dessas áreas, tem como prioridades a preservação da biodiversidade, dos recursos naturais e dos patrimônios histórico e arquitetônico. Entre as técnicas adotadas estão cultivo de espécies nativas, em especial do cerrado, a coleta de sementes e produção de mudas, a compostagem, a eliminação do uso de defensivos químicos e a reutilização e reciclagem de materiais, assim como o estabelecimento de rotinas visando à segurança no trabalho e à educação ambiental.
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