Na “Semana da Consciência Ambiental”, que ocorreu no período de 25 a 27 de setembro na Universidade Federal da Paraíba, o EcoCâmara expôs para um público de aproximadamente 300 pessoas a experiência que vem tendo na implantação da gestão ambiental na Câmara dos Deputados.

A participação do Núcleo Ambiental EcoCâmara compôs o evento que também contou com a exposição de diferentes estratégias da gestão pública e privada voltadas para a sustentabilidade sócio-ambiental.

EcoCâmara: a experiência que vem dando certo

Contextualizando a experiência da Casa, a assessora técnica do Núcleo, Jacimara Guerra Machado, apresentou a evolução do movimento ambientalista no Mundo e no Brasil, além dos principais marcos referenciais que deram sustentação ao Ministério do Meio Ambiente no lançamento, em 1999, do Programa Agenda Ambiental na Administração Pública – A3P.

O objetivo central do Programa é a mobilização das instituições públicas para a inserção de critérios ambientais nos seus procedimentos administrativos e em seus processos de licitação para aquisição e contratação de serviços.

Desde sua criação em 2003, o EcoCâmara integra a relação de 400 instituições que aplicam os princípios da A3P. E hoje com solidificação de várias atividades, como a coleta seletiva e a gestão de resíduos de serviços de saúde, o Núcleo de Gestão Ambiental já é capaz de incentivar e orientar diversos órgãos governamentais a desenvolver semelhantes rotinas sustentáveis.

Segundo Jacimara, nas diversas oportunidades em que a Câmara mostra seu modelo de gestão ambiental, o público das palestras, que representa a sociedade, mostra-se surpreendido com os resultados positivos que a Casa vem alcançando. “Além de mostrar que temos uma administração responsável, a Câmara assume um papel de mobilizador de ações corretivas que visam eliminar ou reduzir o impacto ambiental de nossas atividades.”

Mosaico de idéias e casos de sucesso

Para falar de um assunto muito discutido principalmente dentro dos veículos de comunicação, o Gerente-Geral da Comunicação da Companhia Vale do Rio Doce, Paulo Henrique Leal Soares, defendeu a urgência de a mídia se preparar para divulgar notícias com caráter ambiental, de modo a embasá-las de conteúdo científico e ao mesmo tempo compreensível pelo grande público sem, no entanto, ceder à tentação do alarmismo.

A visão estratégica das empresas privadas foi transmitida por Beatriz Bulhões Mossri, Diretora do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável– CEBDS. Numa breve retrospectiva, apresentou os compromissos de diversas empresas com a adoção de uma nova postura ética, orientada de forma socialmente responsável e comprometidas com os desafios impostos pelos países que firmaram o pacto pela sustentabilidade durante a Rio-92.

Para exemplificar atitudes concretas decorrentes do novo compromisso, o consultor Vitor Hugo Kamphorst, do Banco AMRO Real, mostrou como a Instituição abriu mão de clientes importantes ao decidir construir uma cultura em pról da preservação ambiental.

A partir daquele momento, o inesperado aconteceu: muitas dessas empresas, estimuladas pela necessidade de promover vigorosas mudanças internas para se adequarem à nova ordem de mercado, harmonizaram sua administração com os princípios defendidos pelo Banco Real.

Outra experiência conquistou o respeito e a credibilidade do mercado internacional. Ao enfrentar sérias dificuldades financeiras, a empresa produtora de borracha de Pernambuco - Petroflex precisou investir na preservação ambiental para continuar a existir. Três anos após sua revitalização, a empresa se tornou referência nacional na produção de borracha para o mercado externo, sendo a única que atende às exigências ambientais impostas pelos países europeus.

O benefício comum

No encontro, a Universidade Federal da Paraíba articulou os primeiros contatos para formar parcerias para projetos futuros, dentre os quais destaca-se a proposta de montar seu próprio núcleo de gestão ambiental. Além disso, o benefício convergente deste e de tantos outros encontros que tratam do tema ambiental é o objetivo de todos em equilibrar as relações produtivas ou econômicas com a preservação do Planeta e a manutenção da qualidade de vida das presentes e futuras gerações, mesmo quando os vários atores em cena oferecem diferentes tipos de serviços à sociedade.

Texto produzido pelo Núcleo de Gestão Ambiental da Câmara dos Deputados - 03/10/2007