Resumo Executivo - Programa Luz e Vida

09/12/2009 05h00

 

Premiação

Nome da Iniciativa

Programa Luz e Vida – A Iluminação como Fonte de Prazer

 


Caracterização da situação anterior à implementação do projeto

O Complexo Administrativo da Câmara dos Deputados, inicialmente o Ed. Principal e o Edifício Anexo I, foi um dos primeiros conjuntos arquitetônicos construídos para a inauguração de Brasília em 1960. Depois seguiram-se o Ed. Anexo II ( 1966), Anexo III (1970), Anexo IV (1980), a Coordenação de Transportes em 1982 e por fim o Complexo Avançado em 2004.

Diferentemente dos dias atuais, naquela época, as técnicas e os procedimentos na condução das instalações elétricas não privilegiavam comportamentos que direcionavam a utilização da energia para uma vertente mais econômica. Os estudos, principalmente na área da iluminação artificial, apoiavam-se em equipamentos que utilizavam lâmpadas incandescentes e/ou fluorescentes tubulares de baixo rendimento. Era a técnica da época. Nada que fosse errado, afinal os estudos e o conhecimento da área da luminoctécnica  eram incipientes. Com a descoberta de novos elementos para produção de luz, aliada ao estudo dos materiais reflexivos, esse quadro mudou.

O Complexo Administrativo e seus acessos, com área construída de aproximadamente 150.000 m2 e circulação de 23.000 pessoas/dia (entre servidores, funcionários e visitantes), provido com 14,5 MW (megawatts) de energia elétrica, assemelha-se a uma pequena cidade com todos os problemas que advém da movimentação dessa massa populacional. Os edifícios abrigam grupos geradores, CPDs, agências bancárias, restaurantes, lanchonetes, agências de viagem, serviços médicos, laboratórios, estação de TV e Rádio, jornal, biblioteca central, auditórios e alguns serviços pessoais (barbearia, engraxataria, estacionamentos, etc), e claro inúmeros escritórios.

São ambientes iluminados artificialmente providos de ar condicionado, que requerem atenção constante de vigilância, limpeza e coordenação das reformas e manutenção dos sistema elétricos e prediais

Estabelecer uma política direcionada para o melhor aproveitamento da energia elétrica foi o desafio encontrado há alguns anos. Era necessário reduzir os custos e a energia consumida, e dessa forma contribuir para a  diminuição do aquecimento global. Ao mesmo tempo seria importante criar condições de participação de todos os servidores da Casa com as novas medidas, a fim de que os mesmos tivessem mais consciência em relação às ações que promovessem o respeito ao meio ambiente no local de trabalho.

Muito contribuiu para a economia de energia, o período do "apagão" (2001 - 2002 ). Na ocasião, conseguiu-se uma redução média mensal de quase 40% do consumo, enquanto a meta estabelecida pelo  Poder  Executivo era de 35%. Foi a época do "desligar mais do que se poderia". Reduziu-se drasticamente a utilização dos sistemas de ar condicionado, de  iluminação, de computadores e vários outros equipamentos. Foi criada, àquela época , um Grupo Tarefa específico para monitorar pontualmente os "gastadores". Passada a fase crítica, compreendeu-se que não bastaria desligar luzes e máquinas, era preciso uma ação técnica mais contundente e ao mesmo tempo comprometida com a qualidade de vida no trabalho. Assim, iniciou-se a mudança cultural na Casa no que diz respeito à economia de energia, que, resultou na implementação do Programa Luz e Vida - A Iluminação como Fonte de Prazer.

 


 Descrição da iniciativa e/ou projeto

Principais objetivos, metas e resultados visados

A Câmara dos Deputados, preocupada em estabelecer novos procedimentos e atitudes, frente ao crescimento do aquecimento global e em consequência das mudanças climáticas, estabeleceu o Programa Luz e Vida – A Iluminação como Fonte de Prazer, coordenado pela Área Temática Novas Tecnologias Hídricas e Energéticas do Ecocâmara, com apoio do Departamento Técnico – DETEC,  do Departamento de Material e Patrimônio -DEMAP e da  Diretoria Geral - DG .

O Programa tem como objetivo principal  promover alterações em todos os aparelhos luminotécnicos em toda a Casa, seja com simples substituições por modelos mais econômicos, seja pelo estabelecimento de novos conceitos na utilização desses aparelhos, além da promoção do uso mais eficiente na utilização da energia elétrica em todas os outras áreas.

A iluminação mais eficiente, privilegia o ambiente de trabalho, tornando-o mais agradável e com qualidade. Foi o ponto de partida encontrado para criar, junto aos servidores e visitantes, uma conscientização mais abrangente no que diz respeito ao uso correto da energia elétrica. A Iluminação como Fonte de Prazer  proporciona ambientes mais saudáveis, aumenta a qualidade vida no trabalho e principalmente estabelece um comprometimento da Administração com os seus servidores e com a preservação do meio ambiente.

A Câmara tem normas de funcionamento que diferem dos demais órgãos públicos e que, por vezes, dificultam o estabelecimento de padrões rígidos de comportamento no que diz respeito ao simples ato de ligar e desligar as fontes de iluminação e os equipamentos elétricos. Durante vários dias da semana, estende-se o expediente normal para horários noturnos, quando são realizadas as votações em Plenário, aliado a ambientes em que não se pode "abrir as cortinas e deixar o sol entrar". Luminárias permanecem acesas, às vezes por longos períodos, em razão da falta de condições de iluminação natural.
O Programa Luz e Vida foi o ponto de partida para várias outras iniciativas ligadas à eficiência energética na Câmara dos Deputados. Essa busca sempre foi a mola mestra da Engenharia da Casa. Assim, entre 1986 e 1988, teve início  a  reforma total do Ed. Anexo I e, entre 1990 e 1993, a reforma completa do Ed. Anexo II. Trabalha-se atualmente nos projetos de reforma e ampliação do Ed. Anexo IV. Em seguida objetiva-se a reforma do Ed. Anexo III e do Ed. Principal, este o mais difícil no que se refere á implementação de mudanças devido as suas peculiaridades  arquitetônicas . No Edifício Principal, encontra-se o Plenário Ulyssses Guimarães. Também em 2008 foi iniciada a reforma de 4 Blocos Funcionais (total de 96 apartamentos ). Em todas essas reformas executadas foram implementadas ações que privilegiam a redução do consumo de energia elétrica.

A Área das Novas Tecnologias Hídricas e Energéticas do Ecocâmara, por intermédio de seus colaboradores da Engenharia da Casa não espera apenas as reformas pontuais  para implementar mudanças que proporcionem economias e eficiência energética. Paralelamente ao trabalho de substituições de luminárias em toda a Casa (retrofit ou novas aquisições), foram providenciados outros serviços na área da energia elétrica, tais como:

  • instalação de Banco de Capacitores em todos os Quadros Gerais dos Edifícios Administrativos, corrigindo o Fator de Potência, com redução significativa nas perdas energia elétrica;
  • instalação de sensores de presença em todos os sanitários da Casa, reduzindo o consumo de energia elétrica e proporcionando maior durabilidade das lâmpadas;
  • instalação maciça de interruptores nos ambientes da Casa para facilitar o desligamento pelo próprio usuário;
  • substituição de circuitos parciais e gerais, ocasionando reduções no consumo devido a perda de energia por aquecimento.
  • substituição de quadros elétricos por modelos com  mais recursos tecnológicos que permitem acompanhamento do equilíbrio da corrente do sistema trifásico;
  • substituição de motores elétricos com melhores condições de partida e atuação;
  • estabelecimento de melhores horários para o desligamento da energia elétrica no período noturno e nos fins de semana , principalmente dos sistemas de ar condicionado. 


O Programa permitiu a renovação da consciência na arte de projetar, tanto na área da Arquitetura quanto na de instalações prediais. A preocupação com a sustentabilidade, a economicidade e o respeito às condições ambientais. É um caminho sem volta.

A Administração da Casa tem incentivado o Corpo Técnico na busca de caminhos mais saudáveis e responsáveis na área da construção civil. É interessante ainda observar que diante das metas já alcançadas com o Programa Luz e Vida implementado pelo DETEC, outros órgãos da Casa elaboraram programas que incluem a economia de energia, conscientização no que diz respeito a utilização dos recursos naturais e preservação do meio ambiente. Cita-se como exemplo, os Programas TI Verde (diminuição dos gastos de energia na área de tecnologia), Cefor Verde (diminuição dos gastos de energia, papel, água na área de capacitação e treinamento), o Programa Água para Todos (uso racional dos recursos hídricos e sistemas de reuso ), Programa de Coleta Seletiva (destinação correta dos resíduos sólidos e químicos).

 


Duração

As ações da primeira fase do Programa Luz e Vida foram planejadas para o período de 5 anos (2005-2010). Teve início em meados de 2005, com a reavaliação dos aspectos de iluminação e de economia de energia dos Gabinetes Parlamentares do Ed. Anexo IV .
 Em uma segunda fase do Programa, após a avaliação do resultados obtidos no período 2005-2010, pretende-se prosseguir com as ações de melhoria por intermédio de um ciclo de revisão contínua.

 


Participação

  • Núcleo  de Gestão Ambiental (Ecocâmara)  - Área Temática Novas tecnologia Hídricas e Energéticas 
  • Departamento Técnico  - DETEC
  • Departamento de Material e Patrimônio - DEMAP  
  • Assessoria De Projetos e Gestão  - APROG
  • Diretoria-Geral  - DG

Ações e etapas da implementação

As etapas de implementação das ações propostas abaixo compreendem o período de 2005-2010. Primeiramente com os estudos técnicos, em seguida com a aquisição do material e por fim a instalação dos novos equipamentos.

1.0 -substituição das luminárias (retrofit e novas unidades)
Início: meados de 2005 - Término previsto: 2010  

2.0- instalação de Banco de Capacitores em todos os Quadros Gerais dos Edifícios Administrativos, corrigindo o Fator de Potência com redução significativa nas perdas energia elétrica;
Início: 2007- Término: 2008

3.0- instalação de sensores de presença em todos os sanitários da Casa, reduzindo o consumo de energia elétrica e proporcionando maior durabilidade das lâmpadas;.
Início: 2007 - Término: 2009

4.0- instalação maciça de interruptores nos ambientes da Casa;
Início: 2006 - Término previsto: 2010

5.0- substituição de circuitos parciais e gerais, ocasionando reduções no consumo devido a perda de energia por aquecimento.
Início: 2007 - Término previsto: 2010

6.0- substituição de quadros elétricos por modelos mais recursos tecnológicos que permitem acompanhamento do equilíbrio e monitoramento das correntes do sistema trifásico.
Início: 2006 - Término previsto: 2010

7.0- substituição de motores elétricos dos sistemas de ar condicionado, sistemas de bombeamento, com melhores condições de partida e atuação;
Início: 2007 - Término previsto: 2010

8.0- estabelecimento de melhores horários para o desligamento da energia elétrica no período noturno e nos fins de semana.
Início: 2005 - Término: 2008

9.0- Alterações nos sistemas de geração de emergência com equipamentos menos poluidores e maior capacidade de atuação
Início: 2009 - Término previsto: 2010

 


Caracterização da situação atual

Resultados alcançados

O Programa Luz e Vida, parte inicial da busca por uma maior eficiência energética na Casa, teve início em 2005 com os estudos e aquisição de 3.000 luminárias com lâmpadas fluorescentes ( e reatores eletrônicos ) 2 x 16 watt, substituindo as luminárias com lâmpadas incandescentes, foco dirigido, de 100 watts dos Gabinetes Parlamentares. Em cada gabinete achavam-se instaladas 7 unidades. Além de proporcionar uma iluminação com maior homogeneidade ficou evidente a melhora na qualidade no aspecto da reprodução de cores, devido a temperatura de cor mais elevada, característica da nova lâmpada escolhida. Ressalta-se que os novos aparelhos luminotécnicos foram idealizados e projetados pelos técnicos da Casa, especialmente para as condições do Ed. Anexo IV.

A redução da energia elétrica gira em torno de 2.913.680 watts ( 2.913,68 kw/h – uso em 1 hora). Ao aplicarmos a alíquota cobrada atualmente pela CEB, estamos obtendo uma redução de R$ 932,37 por hora, ou seja, R$ 328.196,90 por mês ( 16 horas por dia – 22 dias ao mês ). Os trabalhos de substituição foram desenvolvidos nos finais de semana (e alguns feriados ) pelos próprios funcionários da Casa e iniciaram-se em meados de 2005, terminando em 2006, a um custo total de aproximadamente R$ 800.000,00.

Empregando a mesma técnica utilizada no Ed. Anexo IV – Gabinetes – partimos para a substituição das luminárias, com lâmpadas de 250 watts, da Ala das Lideranças no Edifício Principal, luminárias contínuas com lâmpadas fluorescentes de 40 watts dos halls, corredores e Gabinetes Parlamentares do Ed. Anexo III, luminárias com 4 lâmpadas fluorescentes de 20 watts do Ed. Anexo I . Foram mais 3.000 luminárias substituídas, proporcionando uma economia em igual escala que a obtida no Ed. Anexo IV.

O Salão Verde e o Plenário Ulisses Guimarães também foram objeto de reforma no sistema de iluminação. No primeiro espaço substituímos as lâmpadas de 250 watts por 2 lâmpadas  de 65 watts nas quase 120 luminárias existentes. No Plenário, substituímos os reatores antigos por modelos mais econômicos e alteramos, com a mesma potência, o tipo de lâmpada – 250 watts , atualmente utiliza-se iodeto metálico. A maior contribuição,  com a substituição das lâmpadas do Plenário, foi obtida com a melhor qualidade na reprodução de cores e maior índice luminotécnico, reclamações antigas dos Parlamentares e da imprensa televisiva. Atualmente,  trabalha-se na substituição das luminárias do Pavimento Térreo do Ed. Anexo III e em estudos luminotécnicos para o Edifício Anexo II.

Programa Luz e Vida procura aliar os estudos técnicos às opiniões dos usuários, criando vínculos e comprometimentos com essa ação e todas as outras ligadas a preservação do meio ambiente na Casa. O Programa tem como meta  final uma economia de R$ 4.000.000,00 até  o término de 2010, descontados os custos de implantação. Significa uma economia de 1.000.000 watts ao ano.


Mecanismos de monitoramento e avaliação

Os mecanismos que envolvem a avaliação do Programa Luz e Vida são na verdade muito simples. Foi instalado um equipamento de acompanhamento do consumo diário de energia elétrica e por meio de um software específico são obtidas as variações de consumo de energia elétrica. Os parâmetros são definidos mês a mês, referenciados com o mesmo período do ano anterior, observados os fatores sazonais de uma Casa política.(grande número de sessões noturnas, período de recesso branco por conta das épocas próximas às eleições, mudanças do cenário político),  que  são sempre considerados. Os dados são confrontados com as medições realizadas pela CEB mensalmente.



Conclusões

O Programa Luz e Vida, perseguiu desde seu início a linha orientava de criar condições favoráveis à economia, à redução do consumo e à valorização da qualidade de vida no ambiente de trabalho. As técnicas envolvidas são o ponto inicial das ações pretendidas , ou seja, são instalados novos equipamentos menos poluentes e mais econômicos.  No entanto é a partir do envolvimento dos servidores e visitantes da Casa que tais objetivos podem ser atingidos. De nada adianta trocar determinada luminária por um modelo mais econômico se o usuário deixá-la acesa desnecessariamente. A conscientização da população interna é fator primordial para a obtenção dos resultados esperados. Para isso, foram realizadas diversas campanhas para a construção dessa consciência, que deveriam se tornar cada vez mais freqüentes. Outro fator que também está sendo otimizado no momento é a relação do Programa com o setor responsável pelas compras de materiais na Casa.