Mudança para clube empresa não será obrigatória, garante relator do PL
Reynaldo Lima/Arquivo CESPO
Comissão do Esporte ouviu a proposta sobre transformação das associações desportivas em clube empresa
O debate teve a duração de quase cinco horas, reunindo dirigentes de todas as séries do futebol brasileiro, entre eles o Flamengo, o Corinthians, Ituano, CSA, Clube Atlético Tubarão, Esporte Clube Vitória, Atlético Goianiense, Gama, Guarani, entre outros, além de representantes do governo, federações, CBF e especialistas em economia do esporte. Participou da discussão também deputado Pedro Paulo (DEM/RJ), relator para o Plenário do projeto de lei, que fez sua apresentação propondo a transformação dos clubes em empresas por meio de incentivos, visando atrair investidores estrangeiros, inclusive. “Mas, essa mudança não será obrigatória, não será imposta, mas optativa”, garantiu o deputado Pedro Paulo.
Pelo governo, Ronaldo Lima, secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, do Ministério da Cidadania, afirmou que o ministro Osmar Terra, ao qual está vinculado, prepara portaria criando uma comissão permanente com dez câmaras temáticas para realizar um diagnóstico do futebol e propor mudanças na sua estrutura, se for o caso.
O ex-deputado Andrés Sanchez, atual presidente do Corinthians, alertou que o custo do futebol, atualmente, “é caríssimo”, e que um dos principais responsáveis por isso é a legislação trabalhista, nas relações empresa-atleta, que precisa ser discutida. Já o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, disse que “o desafio é pensar grande”. Ele reconhece que os clubes precisam de mais receitas e que o governo precisa parar de taxar as agremiações.
“A mudança de clube para empresa na estrutura do futebol não deve ser decisão apressada, mas debatida com tempo e com base em conhecimento global da realidade das associações, para se conhecer variáveis e consequências da mudança”, disse o presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, Rubens Lopes Filho. “Caso contrário, o remédio pode conter efeitos colaterais irreversíveis”, justificou. Segundo o dirigente, “ninguém conhece a cadeia produtiva do nosso futebol, além de não termos um diagnóstico para se fazer mudanças radicais e seguras”.