Defensores dos direitos humanos fazem nova tentativa para evitar despejo em Minas Gerais nesta quarta-feira
Desta vez, o presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, Gilson Soares Lemes, recebeu uma solicitação para impedir a ação. Assinam o ofício o Conselho Estadual de Direitos Humanos (CONEDH); presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM), Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil/Seção Minas Gerais; Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais e pela Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDESE).
O documento afirma que “diante da iminência de uma lesão irreparável e grave aos Direitos Humanos e ao direito à saúde, solicita-se a suspensão da ordem de cumprimento da liminar possessória para desocupação do imóvel”. Faz também considerações como a facilidade de contágio e os graves riscos à saúde por causa do Covid-19, e a recomendação da OMS para o isolamento social para prevenir e para evitar o colapso do sistema de saúde; que são desconhecidos os limites da área que será objeto do despejo; a decisão do Supremo Tribunal Federal, publicada no dia 08 de maio de 2020, que determinou a suspensão nacional dos processos judiciais de ações possessórias, anulatórias de processos administra vos de demarcação e seus respectivos recursos até o fim da pandemia e lembra que existem recursos interpostos pendentes de julgamento.
Os defensores dos direitos humanos destacam o Informe Epidemiológico Coronavírus da Secretaria de Estado de Saúde, desta segunda-feira (10), que aponta 155.075 casos confirmados, 29.000 casos em acompanhamento e 3.597 óbitos confirmados, com letalidade da doença de 2,1% em todo estado.
Também nesta segunda-feira, durante reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), sobre projetos de lei que tratam de despejos, a situação do Quilombo Campo Grande foi lembrada por Rogério Correia (PT/MG). “Estamos correndo contra o tempo e o risco de atrito é muito grande”. A Presidência da CDHM tem feito gestões sobre o tema.
“A situação é de muita preocupação, envolve uma comunidade em conflitos agrários. Com o agravamento do cenário em razão da pandemia que assola o país, merece um tratamento humanitário”, afirma Helder Salomão, presidente da CDHM.
Pedro Calvi / CDHM