Sessão do Plenário da Câmara é marcada por discursos em defesa dos direitos das mulheres

"Hoje não é um dia só de comemoração, mas é nosso dia de luta”, diz coordenadora da bancada feminina
08/03/2022 21h25

Reprodução TV Câmara

Sessão do Plenário da Câmara é marcada por discursos em defesa dos direitos das mulheres

Deputadas durante sessão deliberativa do dia 8 de março

No Dia Internacional da Mulher, 8 de março, votações e discursos do Plenário da Câmara dos Deputados destacaram a luta das mulheres contra a violência doméstica, contra a discriminação e em busca de avanços sociais. Parte da sessão foi presidida pela coordenadora da bancada feminina, deputada Celina Leão (PP-DF), e outra parte pela procuradora da Mulher na Câmara, deputada Tereza Nelma (PSDB-AL). Celina celebrou o acordo que permitiu a votação de propostas de interesse da bancada. “Hoje é um dia muito especial, que é o dia da luta das mulheres. Eu sempre falo que não é um dia só de comemoração, mas é nosso dia de luta”.

O deputado Eduardo Bismarck (PDT-CE), que abriu a sessão, afirmou que houve avanços na ampliação da representatividade feminina e no combate à violência, mas são avanços que ocorrem lentamente. “Por esse motivo, devemos aproveitar essa janela de oportunidade para avançar na luta pelo progresso dos direitos humanos e das liberdades civis das mulheres no nosso Brasil”, disse.

A deputada Soraya Santos (PL-RJ) lembrou que a Constituição Federal estabelece que homens e mulheres são iguais em direitos e deveres e devem unir esforços. “Na data de hoje, nós temos que reafirmar o nosso compromisso com a igualdade, uma data muito significativa para quem luta por menos diferenças sociais, menos desigualdade entre homens e mulheres. No dia de hoje renovamos esse compromisso”, disse.

Violência - A data comemorativa, segundo a deputada Professora Rosa Neide (PT-MT), dá oportunidade para que as mulheres analisarem os avanços e retrocessos na luta por direitos iguais no Brasil e no mundo. Ela criticou os altos índices de violência contra a mulher. "Gostaria de chamar a atenção para o fato de que, mesmo tendo a terceira melhor lei contra a violência doméstica em relação às mulheres do mundo, o Brasil ocupa o 5º lugar no ranking mundial em feminicídios”, lamentou. Ela disse que tem investido esforços para a melhoria das condições de trabalho dos agentes voltados à Lei Maria da Penha e salas de atendimento às mulheres nas delegacias.

A luta contra a violência também foi destacada pela deputada Erika Kokay (PT-DF). “Temos, neste País, milhões de mulheres que têm medo de voltar para casa. Por isso, nós seguimos em luta contra todas as formas de violência, a violência política, a violência institucional, a violência obstétrica, para que tenhamos uma sociedade livre”, afirmou.

Participação política - A ampliação da participação das mulheres na política também foi uma reivindicação da bancada feminina, especialmente diante da celebração dos 90 anos do voto feminino no Brasil. “O ato de votar é muito importante para nós, mas nós sermos votadas é muito mais importante”, disse a deputada Tereza Nelma. Ela lembrou que as mulheres são apenas 15% do Parlamento brasileiro e que é necessário ampliara a participação da mulher na política.

“Nós queremos a garantia de condições igualitárias para pleitear cargos de poder por meio da reserva de cadeira das Casas, do acesso aos recursos dos partidos políticos para a campanha e do cumprimento das regras eleitorais. Também não nos esquecemos dos riscos que a violência política de gênero traz para a continuação dos mandatos femininos, além de ameaçar a entrada de novas mulheres na política do nosso País”, afirmou.

A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), durante o período em que conduziu uma votação, também chamou a atenção para a diferença de uma sessão com a participação majoritariamente feminina. “Tranquilizo os colegas deputados homens de que terão seus 30% de participação na sessão de hoje. Estão achando pouco? A gente também acha pouco. A gente quer pelo menos 30% de deputadas nesse Plenário”, afirmou, em referência aos 30% de reserva de vagas nas urnas para candidatas mulheres no processo eleitoral.

 

Fonte: Agência Câmara de Notícias