Pesquisa divulgada em março de 2020 aponta que o número de mulheres dirigindo propriedades rurais no Brasil alcançou quase 1 milhão: de acordo com dados do Censo Agropecuário de 2017, o IBGE identificou 947 mil mulheres responsáveis pela gestão de propriedades rurais, de um universo de 5,07 milhões. A maioria está na região Nordeste (57%), seguida pelo Sudeste (14%), Norte (12%), Sul (11%) e Centro-Oeste, que concentra apenas 6% do universo de mulheres dirigentes. Os dados foram obtidos a partir de trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Embrapa e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no âmbito do Programa Agro Mais Mulher. De acordo com a pesquisa, juntas, elas administram cerca de 30 milhões de hectares, o que corresponde apenas a 8,5% da área total ocupada pelos estabelecimentos rurais no País.

Somente na cafeicultura, as mulheres são responsáveis por 815 mil hectares (ha), o que corresponde a apenas 9,1% do total. São mais de 40 mil estabelecimentos agrícolas brasileiros dirigidos por mulheres, número que equivale a apenas 13,2% dos 304,5 mil existentes. Além das dirigentes, há mulheres que estão na condição de cônjuge em codireção, sendo 32.400 mulheres em estabelecimentos com café Arábica e 15.700 mulheres em estabelecimentos com café Canephora, o que resulta em 88.700 mulheres dirigindo e codirigindo estabelecimentos com café em todo o Brasil. A análise foi realizada por pesquisadoras da Embrapa e da Epamig também a partir de dados do IBGE. O estudo evidenciou que as mulheres têm menos acesso às tecnologias de produção e a entidades associativas. 

Esses dados apontam para a necessidade de ações institucionais e políticas públicas voltadas para que as mulheres encontrem oportunidades e tenham acesso a bens e serviços da mesma maneira que os homens. A Embrapa desenvolve projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) voltados ao público feminino ou com ações específicas para as mulheres rurais, com ações ou Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) pensadas para alavancar o acesso das mulheres rurais ao conhecimento, à informação ou ao mercado de trabalho.

A audiência será coordenada pelas deputadas Celina Leão (PP-DF), coordenadora da bancada feminina, e Tereza Nelma (PSDB-AL), procuradora da Mulher da Câmara. Do primeiro bloco de apresentações informativas, participam a diretora-executiva de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Adriana Regina Martin, e a chefe da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da empresa, Rita Milagres.

Durante as apresentações serão apresentados depoimentos de mulheres rurais (parceiras de projetos e beneficiárias de tecnologias e soluções desenvolvidas pela empresa) sobre os impactos da atuação da Embrapa em suas vidas. Seis pesquisadoras vão falar sobre as contribuições da pesquisa agropecuária da Embrapa para o trabalho feminino no campo: Helena Alves (sobre o tema Mulheres do Café); Semíramis Ramalho e Patrícia Bustamante (sobre Mulheres e Recursos Genéticos); Danielle de Bem Luiz (Mulheres na Aquicultura); Janice Zanella (Suinocultura) e Mariângela Hungria (Bioinsumos). 

Fechando o encontro, haverá debate sobre as perspectivas para a melhoria das condições de vida e de trabalho das mulheres rurais, a cargo da pesquisadora Cristina Arzabe, com questionamentos e apresentação de projetos voltados às mulheres empreendedoras e trabalhadoras rurais por parte das deputadas. O debate terá transmissão ao vivo pelo canal YouTube da Secretaria da Mulher e pelo Portal E-Democracia da Câmara dos Deputados. 

13/09/2021 - Ascom - Secretaria da Mulher