Secretaria da Mulher pede ao STJ indicação de mais mulheres para Tribunais Superiores

Coordenadora da bancada feminina, deputada Celina Leão, entregou oficio ao presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Eustáquio Soares Martins
26/04/2022 19h48

Foto: Emerson Leal - Ascom STJ

Secretaria da Mulher pede ao STJ indicação de mais mulheres para Tribunais Superiores

Audiência da coordenadora da bancada feminina com presidente do STJ

A coordenadora da bancada feminina, deputada Celina Leão (PP-DF), esteve nesta terça-feira (26/04) em audiência com o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Eustáquio Soares Martins, para pedir a atenção do órgão quanto à possibilidade de contemplar mulheres em metade das indicações que serão feitas por aquela Corte para o preenchimento das vagas abertas com as aposentadorias dos ministros Napoleão Nunes Maia Filho e Nefi Cordeiro.

Celina explicou que, desde 1999, ano em que empossou sua primeira ministra, o STJ tem visto aumentar a participação de mulheres nos assentos da Corte. “Atualmente, seis magistradas comandam gabinetes na Casa – maior número absoluto entre os tribunais superiores do País. No entanto, dentre os 33 ministros que compõe a Corte, elas correspondem ainda a apenas 18% de representação”, afirmou.

Segundo levantamento feito pela Comissão AJUFE Mulheres, da Associação dos Juízes Federais do Brasil, as magistradas correspondem a 38,8% do total de juízes no Brasil, percentual bem maior do que a representação nos tribunais superiores. No entanto, houve diminuição do número de desembargadoras federais: em 2008 correspondia a 24,5% e, dez anos depois, em 2018, correspondeu a 20,3%. “As mulheres estão mais propensas a serem promovidas aos Tribunais por antiguidade do que por merecimento, destacando uma diferença subjetiva de avaliação das capacidades individuais em razão de sua condição de ser mulher”, diz o documento da AJUFE .

Outro indicador mostra que no Supremo Tribunal Federal (STF) a nomeação de mulheres é inferior à média de 50 países, segundo pesquisa realizada pela Universidade de Oxford, também apresentada pela Ajufe. O relatório, intitulado “Quem estamos empoderando? – Indicadores e Tendências sobre Diversidade Judicial em Cortes Constitucionais”, aponta que o Brasil teve uma taxa de apenas 11,1% de nomeação de mulheres no Supremo, entre 2000 a 2021, diante de 26% de taxa global.

Ao encaminhar o pleito ao STJ, a coordenadora da bancada feminina alertou que “trazer mais mulheres para os Tribunais Superiores imprime avanços na administração da Justiça brasileira, por meio de uma gestão dinâmica, transparente e participativa, trazendo novos olhares, perspectivas e possibilidades, e refletindo em novos padrões de comportamento e exemplos para nossa sociedade”. Ao ministro, Celina Leão também ressaltou a importância da sua gestão em diversos temas relacionados às mulheres.

 

Ascom - Secretaria da Mulher