Participação feminina cresceu nas eleições municipais deste ano
O aumento pode ser explicado porque, em 2009, o Congresso Nacional aprovou a minirreforma eleitoral (Lei 12.034/09). Pela nova lei, os partidos foram obrigados a preencher 30% das vagas em eleições proporcionais com candidatos de um dos sexos. Antes, a lei obrigava apenas a reserva de 30% das vagas, e não o preenchimento efetivo.
A ocupação de 31% das vagas de candidatos, porém, ainda não se refletiu na eleição de mulheres, já que apenas pouco mais de 13% dos eleitos a vereador são mulheres.
Segundo a coordenadora da bancada feminina na Câmara, deputada Janete Rocha Pietá (PT-SP), essas eleições representaram um avanço, mas é preciso fazer mais. "Nós, mulheres, somos 52% da população, e queremos paridade feminina na política."
Para a deputada, é preciso investir numa reforma política profunda, com financiamento público de campanhas, para garantir igualdade de condições na disputa entre homens e mulheres.
Ranking mundial
Um estudo da União Interparlamentar, ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), colocou o Brasil na 120ª posição em ranking da proporção de mulheres nos parlamentos, atrás de países islâmicos como Paquistão, Sudão e Emirados Árabes Unidos. Do total de 513 deputados, apenas 42 mulheres (8,18%) foram eleitas para esta legislatura.
Apesar disso, o cientista político Alexandre Horta avalia que, nas próximas décadas, a participação política vai se tornar paritária. "Eu acho que, em no máximo 30 anos, haverá uma igualdade entre os gêneros dentro do Parlamento, das prefeituras, das câmaras estaduais e de vereadores." O cientista político afirma, no entanto, que, para isso, é preciso que os partidos invistam mais na participação feminina.