Parlamentares e especialistas destacam propostas recentemente aprovadas de combate à violência contra mulher

O combate às várias formas de violência contra a mulher – como a física, psicológica, econômica, profissional e política, entre outras – foi bastante debatido durante os dois dias do 1º Encontro Nacional de Procuradorias da Mulher, na Câmara dos Deputados.
03/09/2021 10h19

Foto Marcos Brandão - Senado Federal

Parlamentares e especialistas destacam propostas recentemente aprovadas de combate à violência contra mulher

Encontro de Procuradoras com presidente do Senado

Valéria Billafan, assessora jurídica da Secretaria da Mulher da Câmara, citou os resultados da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Câmara e do Senado que apurou as políticas públicas voltadas para a proteção da mulher. A Comissão atuou entre 2012 e 2013 e, ao fim dos trabalhos, apresentou um projeto de resolução do Congresso Nacional e 13 projetos de lei, dos quais três já foram aprovados.

“Entre eles, eu destaco, como de maior importância e relevância, o que deu origem à lei do feminicídio. É de autoria da Comissão Mista”, ressaltou Valéria. Ela mencionou ainda a regulamentação do Disque 180 e a priorização de mulheres vítimas de violência para atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS).

Outros dez projetos estão prontos para a pauta de Plenário. A procuradora da Mulher na Câmara, Tereza Nelma (PSDB-AL), anunciou que pedirá ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), agilidade na análise das propostas.

Perseguição - Entre as leis mais recentes de combate à violência contra a mulher, foi citada ainda nos debates a Lei do Stalker, originada de um projeto da senadora Leila Barros (Cidadania-DF). A lei tipifica casos de perseguição sistemática, inclusive por meios remotos, como a internet. “Eu fui vítima de stalking e certamente a grande maioria de nós, de alguma forma, sofre algum tipo de perseguição. Então, realmente é uma lei que tem feito a diferença”, relatou Leila.

A juíza Domitila Manssur, uma das idealizadoras da Campanha Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica, reforçou que a tipificação e a resposta do Estado a esse tipo de conduta são importantes para que se crie consciência social sobre o comportamento. “O stalking, a perseguição, a violência psicológica, muitas vezes, esse tipo de violência antecede crimes mais graves e o temido feminicídio. A reiteração desse tipo de conduta, sem que haja no ordenamento jurídico um apenamento, permite – ou permitia – a frequência desses atos”, explicou a magistrada.

Por sua vez, a gerente de Programa ONU Mulheres, Ana Carolina Querino, chamou a atenção para a violência praticada contra a mulher em ambientes públicos, muitas vezes em decorrência da profissão da vítima. “Tem essa conexão com a violência sofrida por vocês, senhoras deputadas e vereadoras, e também a violência sofrida por mulheres jornalistas, mulheres psicólogas. Dependendo da profissão que a mulher exerce, ela está ainda mais exposta a situações de violência”, disse a representante das Organização das Nações Unidas.

 

 

Fonte: Agência Câmara de Notícias