Estudo sobre violência contra a mulher mostra Palmas no sexto lugar em ranking; Dorinha diz ser de caso de saúde pública

O aumento da taxa de homicídio de mulheres (por 100 mil), em Palmas, foi de 173,2% entre os anos de 2003 e 2013. Esse dado foi uma conclusão do Mapa da Violência 2015, divulgado nesta segunda-feira, 09, pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flacso). Esse percentual mostra Palmas como a sexta capital com maior índice de homicídio de mulheres.
10/11/2015 09h32

O aumento da taxa de homicídio de mulheres (por 100 mil), em Palmas, foi de 173,2% entre os anos de 2003 e 2013. Esse dado foi uma conclusão do Mapa da Violência 2015, divulgado nesta segunda-feira, 09, pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flacso). Esse percentual mostra Palmas como a sexta capital com maior índice de homicídio de mulheres.

O estudo revelou também a combinação que se estabelece entre racismo e sexismo: em uma década (a pesquisa abarca o período de 2003 a 2013), os feminicídios contra negras aumentaram 54%, ao passo que o índice de mortes violentas de mulheres brancas diminuiu 9,8%. Em um ano, morreram assassinadas 66,7% mais mulheres negras do que brancas no Brasil.

No Tocantins, os homicídios de mulheres aumentou 54,7% de 2003 a 2013. Em relação às mulheres negras, esse percentual é de 82,4 %, no período de dez anos, passando de 17, em 2003, para 31 casos, em 2013. Por outro lado, o número de homicídios de mulheres brancas no Estado aumentou de cinco para sete casos, no mesmo período. Proporcionalmente, os homicídios de mulheres negras no Tocantins aumentaram mais que no Brasil. Em 2013, foram 2.875 casos em todo o País, contra 1.864 para em 2013 – aumento de 54%.  Já na Região Norte o aumento foi de 111,2%, passando de 178 casos em 2003, para 376 em 2013. No ranking dos estados com o maior índice de homicídios, o Tocantins ocupa a 13ª posição.

Membro da Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher, a deputada Professora Dorinha (Democratas/TO) disse que os dados só comprovam a realidade, mas que a própria sociedade ainda fecha os olhos. “A nossa sociedade ainda é muito machista e também sexista. A violência contra a mulher é uma realidade diária, mas ainda pouco combatida. Aquele ditado de que em briga de marido e mulher não se mete a colher deve ser ignorado. As mulheres não podem pagar um preço tão alto pelo fato de serem mulheres”, disse.

Em relação ao alto índice de mortes de mulheres negras, Dorinha classificou como uma faceta do racismo e que urgem políticas públicas em favor do sexo feminino. “A violência contra a mulher é caso de saúde pública, já que mulheres de todos os cantos do País são vítimas”.


Mapa da Violência

No total, em 2013, 4.762 mulheres foram assassinadas no país, posicionando-o no quinto lugar no mundo - só está melhor que El Salvador, Colômbia, Guatemala e Federação Russa. Foram 13 homicídios femininos por dia: uma mulher morta a cada 1h50min.

O Mapa da Violência conclui que a população negra é vítima prioritária da violência homicida no Brasil, enquanto as taxas de feminicídio contra a população branca tendem, historicamente, a cair.


Ambiente doméstico 

O estudo revela, ainda, que 55% dos crimes de violência de gênero no Brasil foram cometidos no ambiente doméstico - e que 33,2% dos homicidas eram parceiros ou ex-parceiros das vítimas. Isso significa que, a cada 10 mulheres com mais de 18 anos, quatro foram mortas pelos companheiros ou ex-companheiros, que usaram, com maior prevalência, força física ou objeto cortante. As armas de fogo são mais comuns nos assassinatos de homens.

Ascom