Em requerimento protocolado nesta quarta-feira, 18 de novembro, na Câmara dos Deputados, a deputada federal Ana Perugini pediu a inclusão da Comissão de Educação, da qual é integrante efetiva, no debate sobre o fechamento de escolas, previsto no projeto de reestruturação anunciado pelo Governo de São Paulo. A audiência pública que discutirá o assunto foi proposta pelo deputado federal Valmir Prascidelli (PT-SP) e está marcada para a próxima quinta-feira, 26, na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público. 

O pleito da deputada Ana foi reforçado durante a reunião ordinária da Comissão de Educação, realizada na manhã desta quarta. “Eu acredito que o governador Geraldo Alckmin não mediu o impacto da medida adotada no Estado. Nossa ação na Comissão de Educação vai auxiliar o Governo de São Paulo”, disse a deputada, ao justificar o pedido de audiência conjunta para debater a situação das escolas estaduais paulistas. 

Ana considera imprescindível a participação da Comissão de Educação no debate, dada a gravidade do problema, que tem colocado professores e alunos em conflito com a Polícia Militar. “O nosso temor é que aconteça, com a evolução dos fatos, no Estado de São Paulo, o que ocorreu no Paraná”, afirmou a parlamentar, se referindo ao confronto entre PMs e professores, em abril, quando 213 manifestantes e 21 policiais ficaram feridos, em Curitiba. 

“Se precisa a reorganização, que pelo menos seja feita de forma democrática, ouvindo pais, professores e dirigentes de ensino, para que haja prejuízo menor no Estado”, ponderou a deputada, que ainda compartilhou com os deputados reclamações de professores que acusam a Secretaria de Educação de São Paulo da “maquiagem” de dados. “Não são só 94 escolas. Eu recebi uma relação de unidades que não estão no mapa divulgado pelo Governo do Estado, mas estão sendo fechadas”, denunciou a deputada.

O projeto de reorganização escolar foi anunciado pelo governo paulista no final do mês passado. De acordo com a Secretaria de Educação, serão 1,4 mil escolas atingidas, 94 fechadas e 311 mil alunos envolvidos. Porém, quando apresentada à comunidade escolar, a proposta gerou insatisfação entre pais, estudantes e professores. O resultado foram protestos nas ruas e escolas ocupadas por alunos dizendo “não fechem minha escola”.

Cerca de 30 escolas estavam “em poder” dos alunos no Estado, até o início da noite desta quarta-feira. Uma delas é a Carlos Gomes, em Campinas, onde o projeto prevê o fechamento do ensino médio noturno. A unidade foi ocupada na manhã de terça, 17 de novembro.

Ascom