Deputadas reforçam ao presidente do TSE preocupação com maior participação das mulheres na política

Representantes da bancada feminina da Câmara dos Deputados estiveram em audiência nesta quinta-feira (12/08) com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso. Na pauta, ações de incentivo à ampliação da participação feminina na política e proposições legislativas em andamento relacionadas à reforma política e eleitoral. Participaram as deputadas Celina Leão (PP-DF), coordenadora da bancada feminina; Tereza Nelma (PSDB-AL), procuradora da Mulher; Lídice da Mata (PSB-BA), 2ª procuradora adjunta da Mulher; e Benedita da Silva (PT-RJ).
12/08/2021 16h29

Abdias Pinheiro - SECOM/TSE

Deputadas reforçam ao presidente do TSE preocupação  com maior participação das mulheres na política

Audiência de deputadas com presidente do TSE, ministro Barroso

Representantes da bancada feminina da Câmara dos Deputados estiveram em audiência nesta quinta-feira (12/08) com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso. Na pauta, ações de incentivo à ampliação da participação feminina na política e também as proposições legislativas em andamento relacionadas à reforma política e eleitoral. Participaram as deputadas Celina Leão (PP-DF), coordenadora da bancada feminina; Tereza Nelma (PSDB-AL), procuradora da Mulher; Lídice da Mata (PSB-BA), 2ª procuradora adjunta da Mulher; e Benedita da Silva (PT-RJ).

Celina Leão apresentou a situação dos projetos em andamento sobre o tema e atualizou o ministro com informações sobre a aprovação da PEC 125/2021, que barrou o sistema “distritão”, além de outros projetos que estão para entrar na pauta do Congresso, como a Proposta de Emenda Constitucional - PEC 18/2021 e o Projeto de Lei 1951/2021, votados recentementes no Senado Federal. A coordenadora da bancada feminina da Câmara reforçou ao ministro a preocupação com a garantia de manutenção da obrigatoriedade de 30% de candidaturas femininas.

Em sua fala, a procuradora da Mulher Tereza Nelma pontuou a necessidade de mais oportunidades de capacitação para que as mulheres possam participar da vida política. Falou sobre o papel das Procuradorias da Mulher e da meta de implantar Procuradorias no maior número possível de municípios brasileiros. Tereza reforçou a preocupação das demais deputadas em se garantir a reserva de 30% de vagas, sem retirar a obrigatoriedade do preenchimento de cota de candidaturas femininas pelos partidos.

Além das candidaturas de mulheres, as deputadas também defenderam mais espaço para candidaturas de negros. Benedita da Silva falou sobre a ainda existente invisibilidade: “Se já é difícil para candidatas negras, maior é a dificuldade para a mulher negra, e os negros em geral”, afirmou.

A 2ª procuradora adjunta da Mulher, Lídice da Mata, lembrou que quando senadora apresentou duas consultas ao TSE: uma de 2018, sobre a cota do Fundo Eleitoral para candidaturas femininas, e outra de 2020, sobre reserva de gênero de 30% para mulheres nas eleições também para órgãos partidários. Sobre esta consulta, Lídice apresentou o Projeto de Lei 3540/2020, que tramita apensado ao PL 2436/2011, da deputada Benedita da Silva, e encontra-se aguardando votação na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara.

A deputada também lembrou que um dos fatores que mais dificulta a participação das mulheres na política é a falta de sustentabilidade econômica. “Precisamos lutar para não haver flexibilização de cotas e para que os 30% dos recursos não seja alterado”, disse.

Mudança mundial e equilíbrio - O ministro Barroso agradeceu a oportunidade de contato com as deputadas e informou sobre ações afirmativas e campanha contra a violência política que o TSE está desenvolvendo, com a participação da atriz Camila Pitanga, muito elogiada pelas deputadas. Ele disse acreditar que não haverá retrocesso em questões já reguladas na legislação eleitoral, como a garantia de percentuais mínimos do Fundo Especial de Financiamento Eleitoral e do Fundo Partidário destinado às candidaturas femininas. “A paridade na política aumentou e já é realidade em várias partes do mundo. Acredito que esse tema não é só uma questão de justiça, mas de equilíbrio desejado, para o bem do País”, afirmou o ministro.

 

12/08/2021 - Ascom, Secretaria da Mulher