Comissão do Senado Federal aprova inclusão de abordagens femininas nos currículos escolares
Roque de Sá/Agência Senado
Projeto aprovado na Comissão de Educação também cria Semana de Valorização de Mulheres que Fizeram História
De acordo com a matéria, de iniciativa da deputada Tabata Amaral (PSB-SP), as abordagens femininas nos ensinos fundamental e médio devem incluir aspectos de história, ciência e cultura do Brasil e do mundo, de forma a destacar contribuições de mulheres nas áreas científica, social, artística, cultural, econômica e política.
Como justificativa para a alteração na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB — Lei 9.394, de 1996), a autora destaca que as mulheres têm baixa representação no mundo científico, em razão do preconceito e desencorajamento quanto aos lugares que podem ocupar, apesar de demonstrarem excelente desempenho escolar.
O projeto estabelece ainda que a Semana de Valorização de Mulheres que Fizeram História deverá ser promovida anualmente, na segunda semana do mês de março, nas escolas de educação básica do país.
Para a relatora, em razão de preconceitos existentes, atividades consideradas difíceis, como as relacionadas às ciências exatas, são muito mais associadas a homens do que a mulheres.
— Tais estereótipos influenciam a tomada de decisões de meninas já a partir dos 6 anos de idade, desencorajando-as de interesses em determinadas matérias, o que, por consequência, reflete na baixa representatividade feminina em diversas áreas e carreiras de grande reconhecimento — argumentou Soraya.
A senadora ressaltou ainda que a proposição vai ajudar a promover um futuro de maior igualdade e presença das mulheres em campos nos quais elas não se sentem representadas, como na política, física, filosofia, matemática e tantos outros.
— Pesquisas recentes revelam que aproximadamente 84,1% das meninas brasileiras entrevistadas, de 14 a 19 anos, não se sentem representadas nos espaços institucionais, e que as mulheres têm mais chance de abandonar seus estudos relacionados às áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática do que os homens — afirmou.
Ainda conforme Soraya, as mulheres hoje são maioria nos bancos de universidades, estão sendo aprovadas em concursos públicos; no entanto, ainda enfrentam resistências quando precisam ascender na carreira através da política.
A senadora Zenaide Maia (PSD-RN) celebrou a iniciativa, classificando-a como necessária. Ela acredita que muitas meninas serão despertadas por meio da educação e terão um novo olhar sobre o papel da mulher na história do país.
— A gente sabe que informação é poder, e se a gente vai ter uma semana nacional valorizando as mulheres através da educação, isso é positivo demais (…) Precisamos que a sociedade como um todo, em todos os Poderes, tenha esse olhar diferenciado para a importância desse assunto na educação.
Fonte: Agência Senado