Comissão do Senado Federal aprova inclusão de abordagens femininas nos currículos escolares

Segue para análise do Plenário um projeto de lei que torna obrigatória a inclusão de abordagens femininas nos conteúdos curriculares da educação básica pública e privada e cria a Semana de Valorização de Mulheres que Fizeram História. O texto (PL 557/2020) foi aprovado nesta terça-feira (27) na Comissão de Educação (CE) do Senado Federal.
28/08/2024 12h03

Roque de Sá/Agência Senado

Comissão do Senado Federal aprova inclusão de abordagens femininas nos currículos escolares

Projeto aprovado na Comissão de Educação também cria Semana de Valorização de Mulheres que Fizeram História

De acordo com a matéria, de iniciativa da deputada Tabata Amaral (PSB-SP), as abordagens femininas nos ensinos fundamental e médio devem incluir aspectos de história, ciência e cultura do Brasil e do mundo, de forma a destacar contribuições de mulheres nas áreas científica, social, artística, cultural, econômica e política.

Como justificativa para a alteração na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB — Lei 9.394, de 1996), a autora destaca que as mulheres têm baixa representação no mundo científico, em razão do preconceito e desencorajamento quanto aos lugares que podem ocupar, apesar de demonstrarem excelente desempenho escolar.

O projeto estabelece ainda que a Semana de Valorização de Mulheres que Fizeram História deverá ser promovida anualmente, na segunda semana do mês de março, nas escolas de educação básica do país.

Para a relatora, em razão de preconceitos existentes, atividades consideradas difíceis, como as relacionadas às ciências exatas, são muito mais associadas a homens do que a mulheres.

— Tais estereótipos influenciam a tomada de decisões de meninas já a partir dos 6 anos de idade, desencorajando-as de interesses em determinadas matérias, o que, por consequência, reflete na baixa representatividade feminina em diversas áreas e carreiras de grande reconhecimento — argumentou Soraya.

A senadora ressaltou ainda que a proposição vai ajudar a promover um futuro de maior igualdade e presença das mulheres em campos nos quais elas não se sentem representadas, como na política, física, filosofia, matemática e tantos outros.

— Pesquisas recentes revelam que aproximadamente 84,1% das meninas brasileiras entrevistadas, de 14 a 19 anos, não se sentem representadas nos espaços institucionais, e que as mulheres têm mais chance de abandonar seus estudos relacionados às áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática do que os homens — afirmou.

Ainda conforme Soraya, as mulheres hoje são maioria nos bancos de universidades, estão sendo aprovadas em concursos públicos; no entanto, ainda enfrentam resistências quando precisam ascender na carreira através da política.

A senadora Zenaide Maia (PSD-RN) celebrou a iniciativa, classificando-a como necessária. Ela acredita que muitas meninas serão despertadas por meio da educação e terão um novo olhar sobre o papel da mulher na história do país.

— A gente sabe que informação é poder, e se a gente vai ter uma semana nacional valorizando as mulheres através da educação, isso é positivo demais (…) Precisamos que a sociedade como um todo, em todos os Poderes, tenha esse olhar diferenciado para a importância desse assunto na educação.

Fonte: Agência Senado