Bancada feminina quer paridade de vagas para homens e mulheres na Câmara
A bancada feminina da Câmara apresentou ao relator da reforma política, deputado Henrique Fontana (PT-RS), proposta que prevê a paridade (igualdade) na representação entre homens e mulheres na Câmara. Hoje, há 47 deputadas e 466 deputados.
A coordenadora da bancada, deputada Janete Rocha Pietá (PT-SP), afirma que a representação de 8,7% na Câmara não condiz com o total de mulheres na população, que é de 52%. Segundo ela, as mulheres precisam de mais estímulos para participar da vida política.
"Nós mostramos que o Brasil está no 108º lugar no ranking de participação feminina no Parlamento. O primeiro país é Ruanda, que tem uma representação de quase 57%. Além disso, na América Latina e no Caribe, o Brasil só está na frente do Haiti e de Belize", disse.
O presidente da comissão, deputado Almeida Lima (PMDB-SE), afirmou que a solução não é criar mais cotas para parcelas da população. Ele lembrou que a população elegeu Dilma Rousseff presidente com as regras atuais.
“Em Sergipe, por exemplo, daqui a pouco os homens estariam pleiteando igualdade no número de vagas para os concursos do Ministério Público, da magistratura, onde o número de mulheres é bem maior. Isso se estende, no meu raciocínio, para as vagas nas universidades. Eu acho que o que nós devemos é excluir da legislação entulhos autoritários, que impedem a participação da mulher, do negro, do pobre. Ou seja, gerar condições de igualdade não na lei, mas na prática", observou.
Com o adiamento da apresentação do relatório do deputado Henrique Fontana na comissão especial, a bancada feminina ainda pretende apresentar novas sugestões.