Retrospectiva 2022: Bancada feminina articulou aprovação de mais de 200 projetos nesta legislatura e 78 viraram leis

Para os próximos quatro anos, a bancada na Câmara terá o maior número de membros na história: 91 deputadas eleitas.
27/12/2022 12h00

Reprodução: TV Câmara

Retrospectiva 2022: Bancada feminina articulou aprovação de mais de 200 projetos nesta legislatura e 78 viraram leis

Parte da bancada feminina da Câmara

A bancada feminina da Câmara dos Deputados votou mais de 200 projetos nos últimos quatro anos, sendo que 78 proposições de interesse das deputadas viraram leis, além de uma lei complementar e cinco emendas constitucionais que foram promulgadas. Entre as principais leis aprovadas, de interesse das mulheres, a coordenadora da bancada feminina, deputada Celina Leão (PP-DF), cita, entre os destaques dessa última legislatura, a Lei da Laqueadura, que diminui de 25 para 21 anos a idade mínima para a esterilização voluntária e permite que, na mulher, o procedimento seja feito logo após o parto. A idade mínima não é exigida de quem já tiver pelo menos dois filhos vivos. O texto também excluiu da legislação a necessidade de consentimento expresso de ambos os cônjuges para a esterilização.

Foto: Pablo Valadares - Câmara dos Deputados
Sessão Deliberativa – Semipresencial. Dep. Celina Leão(PP - DF)
Celina Leão, coordenadora da bancada feminina 

 

Outra conquista citada por Celina Leão foi a Lei 14.164/2021, que criou a Semana Escolar de Combate à Violência contra a Mulher, a ser realizada em março em todas as escolas públicas e privadas de educação básica. O objetivo da semana é, entre outros pontos, promover atividades para difundir conhecimento sobre a Lei Maria da Penha e os mecanismos de assistência e de denúncias existentes contra violência doméstica. A lei também inclui, no currículo da educação básica, conteúdos relativos aos direitos humanos e à prevenção de todas as formas de violência contra a criança, o adolescente e a mulher.

Violência contra a mulher - Celina Leão destacou ainda a Lei 14.188/2021, que incentiva mulheres a denunciarem situações de violência mostrando um “X” escrito na palma da mão, preferencialmente em vermelho. A lei também insere no Código Penal o crime de violência psicológica contra a mulher, caracterizado como causar dano emocional à mulher “que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões”.

Divulgação: Câmara Municipal de Bauru-SP
Segurança - violência doméstica - campanha Sinal Vermelho mulheres denúncias
Lei incentiva mulheres em situação de violência a desenharem "X" na mão

 

Segundo o texto, o crime consiste em prejudicar a saúde psicológica ou a autonomia da mulher por meio de ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, chantagem, ridicularização, limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro método. A pena prevista é de reclusão de 6 meses a 2 anos e multa se a conduta não constituir crime mais grave.

Produção e representação recorde - Ainda segundo a coordenadora da bancada feminina, o volume da produção das parlamentares foi recorde: "Conseguimos ajustar com o presidente da Casa, deputado Arthur Lira, que a pauta da mulher não é somente a pauta da violência, e se constitui em todos os temas pertinentes aos olhares das parlamentares", disse a deputada, ressaltando que a pauta feminina inclui, por exemplo, projetos sobre educação e primeira infância.

A deputada também destacou que a bancada feminina cresceu 18%, passando de 79 para 91 o número parlamentares na Câmara. "Esperamos que, no mandato, essas mulheres, além de dar uma continuidade de propostas legislativas, possam fiscalizar leis que já foram sancionadas."

Celina Leão também destacou a presença feminina na relatoria de propostas importantes sobre outros temas, como, por exemplo, o chamado Pacote Anticrime, que teve grupo de trabalho coordenado pela deputada Margarete Coelho (PP-PI); e a Lei de Segurança Nacional, relatada pela mesma deputada.

Para a próxima legislatura, a parlamentar espera que as deputadas possam se debruçar, entre outros pontos a serem escolhidos pelas próprias eleitas, sobre a Lei da Alienação Parental.

Conforme contou, a legislação tem sido utilizada de má-fé por pedófilos e homens com histórico de violência contra a mulher, e a Câmara fez uma tentativa de suspender a lei que, segundo a deputada, acabou desconfigurada na votação pelo Senado.

 

 

Fonte: Agência Câmara de Notícias