Aumenta número de mulheres que declaram ter sofrido violência
Em nossa última pesquisa constatamos que, em dois anos, o número de mulheres que declararam ter sido vítimas de algum tipo de violência passou de 18% para 29%. Desde 2005, esse percentual se mantinha relativamente constante, entre 15% e 19%. Também houve crescimento no percentual de entrevistadas que disseram conhecer alguma mulher que já sofreu violência doméstica ou familiar. Esse índice saltou de 56%, em 2015, para 71% em 2017.
O retrato do aumento da violência contra as mulheres foi revelado na sétima edição da pesquisa realizada pelo Instituto DataSenado, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência. Nela, foram ouvidas 1.116 brasileiras, no período de 29 de março a 11 de abril. O estudo é realizado de dois em dois anos, desde 2005, com mulheres de todas as UFs do país.
Entre as mulheres que sofreram agressão, a violência física foi a mais mencionada: 67% das respondentes disseram já ter sofrido esse tipo de agressão. Constatou-se uma relação entre a raça e o tipo de violência predominante. Dentre as mulheres que declararam ter sofrido algum tipo de violência, enquanto o percentual de brasileiras brancas que sofreram violência física foi de 57%, o percentual de negras (pretas e pardas) foi de 74%.
Os agressores mais frequentes, em 74% dos casos, ainda são os que têm ou tiveram relações afetivas com a vítima: o atual marido, companheiro ou namorado foram apontados como autores da agressão por 41% das respondentes. Outras 33% mencionaram o ex-marido, ex-companheiro ou ex-namorado como responsáveis pela violência.
Quando questionadas sobre a Lei Maria da Penha, a totalidade das entrevistadas afirmou já ter ouvido falar sobre a lei. Apesar disso, 77% dizem conhecê-la pouco, enquanto 18% a conhecem muito. Para 26%, a lei protege as mulheres, 53% disseram que ela protege apenas em parte, enquanto 20% responderam que não protege.
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