Ana Perugini questiona Estado sobre reintegração de posse no interior de SP

Deputada recebeu denúncias de ação truculenta da PM, em área ocupada por 60 famílias, no município de Itaberá
15/09/2016 11h40

Em ofício encaminhado ao diretor-geral do Instituto Florestal de São Paulo, Edgar Fernando de Luca, a deputada federal Ana Perugini pediu informações sobre a reintegração de posse realizada na manhã de terça-feira (13), no Acampamento Nova Esperança, que havia sido montado numa área do Governo do Estado, no município de Itaberá, interior paulista. A parlamentar recebeu denúncias de que policiais militares teriam agido com truculência e sem decisão judicial, colocando em risco a integridade física de mulheres e crianças.

A área, localizada às margens da Rodovia Francisco Alves Negrão (SP-258), conhecida como Horto Florestal, havia sido ocupada em 2014 por cerca de 60 famílias integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. São filhos e filhas de assentados nas seis agrovilas da cidade. De acordo com o MST, 53 delas estão no cadastro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A fazenda está na lista de imóveis que serão colocados à venda pelo governo, conforme o projeto de lei 328/2016, aprovado pela Assembleia Legislativa.

Com apoio de professores da Universidade de São Paulo USP e da Universidade Federal de São Carlos, as famílias negociam com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente a implantação do projeto Assentamentos Agroecológicos, mas, segundo a assessoria do MST, não têm conseguido dialogar com o secretário Ricardo Salles

“As denúncias são graves. Precisamos assegurar o direito constitucional de defesa de todos os cidadãos e cidadãs. Além disso, esse tipo de ação expõe as famílias de trabalhadores rurais ao conflito direto com o uso de força desproporcional da Polícia Militar”, alertou a deputada federal, que é coordenadora-geral da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos das Mulheres e responsável pela Frente Parlamentar da Criança e do Adolescente, no Estado de São Paulo.

A deputada pediu, ainda, em caráter de urgência, a intermediação por parte da Justiça e a presença do Conselho Tutelar ou Serviço de Assistência Social, para amparar as famílias, e o serviço de saúde para eventuais casos de emergência.
 

De acordo com a assessoria do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, as famílias estão numa área cedida pelos assentados da Agrovila 6, em Itaberá.

 Ascom