Computador popular ameaçado

06/12/2016 12h05

Jornal do Comércio

Publicado em 06.01.08

https://jc.uol.com.br/jornal/2008/01/06/not_264800.php

Intel deixa programa Um Laptop por Criança, projeto que busca levar computadores portáteis de baixo custo a jovens de países em desenvolvimento.

CALIFÓRNIA (EUA) - Após mencionar uma série de problemas com a organização, a Intel informou, na última sexta-feira, ter abandonado o programa conhecido como “Um Laptop por Criança”. A decisão é um duro golpe no ambicioso projeto que busca levar milhões de computadores portáteis de baixo custo a crianças de países em desenvolvimento. O anúncio põe fim, também, a uma disputa que dura desde julho de 2007, quando a fabricante de processadores se uniu ao conselho do projeto. A Intel havia concordado em proporcionar dinheiro e experiência tecnológica ao programa. Além do impacto imediato, a decisão se tornou pública dias antes da Mostra de Eletrônicos de Consumo, em Las Vegas, onde se previa a primeira aparição do protótipo de notebook desenhado pela organização One Laptop per Child (OLPC), com chips Intel. Os motivos alegados pela empresa para a renúncia ao projeto são “impasses filosóficos entre as entidades”, afirmou o porta-voz da Intel, Chuck Mulloy. No entanto, a empresa afirma que continuará com seu projeto de computação portátil econômica, denominado Classmate (que no Brasil tem parceria da Positivo e venceu o leilão governamental). O programa original da OLPC foi fundado em 2005 por Nicholas Negroponte, ex-diretor do Media Lab do Massachusetts Institute of Technology (MIT). O conceito era oferecer laptops de US$ 100, apelidado de XO, mas que já custa US$ 188. O sistema operacional é Linux e o processador seria produzido por uma das rivais da Intel, a Advanced Micro Devices.