Presidente da CDHM pede providências sobre assassinatos no Paraná

Segundo MST, pelo menos dois sem-terra foram mortos em confronto com a PM e pistoleiros
07/04/2016 18h55

Leandro Gonçalves França

Presidente da CDHM pede providências sobre assassinatos no Paraná

Corpo de camponês vitimado na tarde de hoje.

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias recebeu do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra notícia de que camponeses do acampamento Dom Tomás Balduíno, no município de Quedas do Iguaçu (PR), teriam sido abordados por jagunços e por Policiais Militares. Teriam ocorrido tiros. A informação é de que há várias pessoas feridas e várias desaparecidas. Há dois camponeses mortos, além de outros seis possíveis óbitos. Todas as vítimas fatais seriam sem-terra. O conflito teria ocorrido dentro de área decretada como de propriedade da União.

A versão da Secretaria de Segurança Pública é a de que o confronto foi resultante de uma emboscada provocada pelos sem-terra. Entretanto, segundo o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, Deputado Paulo Pimenta (PT/RS), a “ideia de uma emboscada provocada por pessoas em franca situação de fragilidade em relação àqueles que seriam seus opositores não é verossímil”. De acordo com ele, não seria a primeira vez em que a Polícia Militar do Paraná estaria comprometida em graves episódios de violação de direitos humanos no estado. No ano passado o Deputado Federal esteve no estado por conta do ataque da PM a professores.

Segundo integrantes do MST, a área está cercada. Ninguém pode sair ou entrar – os policiais inclusive apontariam armas a quem tenta passar – o que, para Pimenta, levanta suspeita sobre se a cena do crime permanecerá inalterada.

Pimenta pediu que o Governador do Paraná, Beto Richa, determine as providências urgentes a fim de assegurar o socorro às vítimas e as perícias criminais, para que os responsáveis pelas mortes sejam devidamente investigados. Pimenta lembrou que os “autos de resistência” não vigoram mais no Brasil e que o Estado brasileiro já foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos por conta de assassinato de trabalhador rural sem-terra no Paraná.